O adeus a Shane MacGowan, do Pogues, a Estrela do Norte

A Popload se mete a fazer apenas alguns obituários de gente importante da música que se vai, por achar que, se a pessoa evoca um obituário aqui, esse texto dificilmente vai ser digno do artista em si e principalmente de sua obra.

Mas um dos casos que não podemos nos furtar de dedicar um post, uma foto, um título para um ser humano deste quilate que morre é o de Shane MacGowan, cantor, compositor, agitador e nacionalista da causa irlandesa que foi derrotado ontem por uma infecção contra a qual lutava há alguns meses. Shane tinha 65 anos.

Ele fundou a importante banda Pogues no comecinho dos anos 80, no forte calor do revolucionário punk inglês-77. Fundou em Londres, veja bem. Um dos caras mais irlandeses em muitos sentidos fundar uma banda na Londres anos 80, sente a mistura.

Shane MacGowan nos anos 80, acima.
Shane no ano passado, abaixo



O seu jeitão irlandês-filosófico na tumultuada Londres varrida pelo punk, o começo do sombrio pós-punk buscando caminhos para a música. Com o cenário de desemprego, conflitos nacionalistas e a sensação de “no future” que pairava na Inglaterra, na Europa, no mundo.

E no meio desse melê reluzia a figura ímpar do desdentado Shane MacGowan, que conseguia ser diferente entre os diferentes. Na música, na poesia, na literatura

A famosa música de Dublin ficou triste ontem. A música inglesa ficou triste. Bono e o U2 logo mais vão fazer certamente um tributo a MacGowan. Grian Chatten do Fontaines DC, o principal nome da potente música irlandesa de hoje, dedicou um post ao “North Star”, dizendo que vai amá-lo para sempre.

Quem somos nós para não falar nada a um cara deste. RIP, Shane MacGowan!