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A banda norte-americana The National, por acaso uma das que a gente mais adora, anunciou para o final de novembro um lançamento diferente. O grupo liderado por Matt Berninger colocará à venda na Black Friday do Record Store Day – (29/11) – um box com três fitas cassetes, nas quais estão registrados momentos de dois shows que o National fez em 24 e 25 de setembro do ano passado no famoso Greek Theatre, em Berkeley, Califórnia.
O método de gravação utilizado foi o chamado “Mike Millard”, que ganhou fama com os bootlegs registrados nos anos 70 e 80 na Califórnia.
Em uma rápida pincelada, Mike Millard foi um fã de música que adaptou seu gravador e registrava escondido shows de bandas como Led Zeppelin, Pink Floyd e The Who na região de Los Angeles. Na época, ele pegou seu gravador mono e o adaptou com um stereo da marca japonesa Nakamichi e turbinou a ferramenta com microfones acústicos da AKG.
Diversas gravações suas estão disponíveis no YouTube, tipo esta abaixo de um show do Led Zeppelin, em 1977. Mike se suicidou em 1990.
Os shows do National foram gravados pelo engenheiro de som Erik Flannigan, utilizando o mesmo método. Junto com o disco, a banda lançará um curta-metragem sobre Millard e o processo de gravação dos shows. “Mike Millard gravou em plateias da Califórnia a partir de 1974 até o início dos anos 90. A mística de Millard se baseia em parte na astúcia que ele teve para colocar seu toca-fitas de quase 6kg e microfones em locais como o The Forum, Santa Monica Civic Auditorium e The Roxy. Durante anos, refleti sobre o que tornou as gravações de Millard tão boas e, eventualmente, tive uma ideia: e se você gravasse um show hoje com o mesmo equipamento que Millard usou em 1977? Soaria como as fitas dele? Será que chegaria perto de seu toque de Midas?”, destaca Flannigan.
As gravações ao vivo dos shows do National foram feitas com microfones AKG 451E antigos e um deck de cassetes Nakamichi 550 restaurado, idênticos aos usados por Millard entre 1975 e 1981. A ideia foi recriar o que o vocalista Matt Berninger chama de “mágica sonora” que Millard capturou em suas gravações nos anos 70.
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