Macaco Bong vai relançar o importante “Artista Virou Pedreiro”, agora em vinil. Mas conta com sua ajuda e seu paladar

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* Um dos grandes álbuns do indie nacional da década passada, o incrível “Artista Virou Pedreiro”, lançado em 2008, foi à época surpreendente por qualquer lado que olhássemos para o disco. Primeiro porque consagrava no âmbito da música independente brasileira um trio de negões de Mato Grosso fazendo rock instrumental/experimental que já vinha botando bons EPs na internet à medida que chamava a atenção por suas vigorosas apresentações ao vivo. Rock empírico, espontâneo, conhecimento autoditada de rock, uma controlada música fora do controle, livre de amarras, quase sem parâmetro. Mas de uma riqueza absurda.

macaco

E segundo porque “Artista Virou Pedreiro”, nome dos mais sintomáticos da nova ordem musical, principalmente a brasileira e indie, ajudava a marcar a chegada ao mercado brasileiro de um produto que exatamente se botava à margem desse mercado. O disco virou um dos primeiros lançamentos do projeto “ÁlbumVirtual”, da extinta gravadora Trama, com a missão de botar álbuns inteiros de graça na internet, dando além do material sonoro as artes, vídeos, making-ofs, faixas extras. O ano, de novo, era 2008 e a saída para a existência dentro de uma indústria musical falida era a tentativa de criação de ousadas plataformas de lançamentos voltada ao digital.

O disco saiu, a “Rolling Stone” brasileira botou ele como o melhor do ano e o Macaco Bong teve música até em coletânea francesa. Mas o tempo passou, as pedras rolaram e o Macaco Bong se desmantelou com desistências e tretas. E hoje sobrevive ainda como power trio, mas com apenas um de seus membros originais, o guitarrista Bruno Kayapy, que remontou banda e ideias e agora resgata o importante “Artista Virou Pedreiro” do virtual para o vinil, para a tal forma física que nunca teve. E para isso vai usar até a alta gastronomia!!!

Está lançado o crowdfunding de “Artista Virou Pedreiro”, vinil duplo ou avulso (são 80 minutos de música), edição remasterizada e limitada a 300 cópias.

O link do projeto says it all, mas o básico é que, entre os vários preços (de R$ 130 a “ajuda” para receber o álbum avulso até R$ 2000 por um combo, digamos, apetitoso), o disco pode chegar a recompensas do nível receber o disco das mãos da banda e um almoço ou jantar com o menu degustação completo do restaurante Maní, um dos mais conceituados do mundo, incluso toda a variedade degustativa também dos vinhos da casa. Música experimental, comida para experimentar.

De uma forma curiosa, o artista virou pedreiro depois virou gozador da boa vida. Se tiver sua ajuda, o Bong vai ser servido à mesa.

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