LCD Soundsystem e o show para quase ninguém. Como explicar?

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Foto: Carrie Davenport/Redferns
Foto: Carrie Davenport/Redferns

Uma das grandes notícias do início de 2016 foi o anúncio da volta do incrível LCD Soundsystem, uma das entidades sonoras mais representativas do novo século, que a seu modo ajudou a revolucionar o indie e a música eletrônica na última década, personificado em seu inquieto e talentoso líder James Murphy.

Desde o retorno aos palcos, o LCD Soundsystem tem optado em se apresentar em festivais mundo afora, talvez apostando na máxima do “podemos captar novos fãs”, além de matar a saudade de quem já era fã.

Como era de se esperar, os shows do grupo norte-americano têm sido elogiados e acompanhados por muita gente em diversos eventos do gênero. Desde o Coachella, passando pelo Glastonbury, Roskilde ou Primavera Sound. Mas um episódio inusitado chamou a atenção no último final de semana.

O LCD Soundsystem era uma das atrações principais do tradicional T in the Park, festival escocês que acontece desde o meio dos anos 90 e é procurado especialmente por uma galera mais jovem, na faixa dos 20 e poucos anos, principalmente nos últimos anos.

A banda de James Murphy era co-headliner do domingo, fechando a programação do segundo palco, que tinha patrocínio da big BBC Radio 1, uma das mais populares do Reino Unido e justamente voltada para um público mais “novo”, dada sua pegada pop mais abrangente.

Em horário similar, acontecia na arena principal o show do Red Hot Chili Peppers, banda headliner do dia, responsável por fechar de forma oficial a programação do evento. E o que se viu foi um RHCP lotado e um LCD Soundsystem vazio. Normal até certo ponto, dados os “tamanhos” de cada banda. Mas, cada qual no seu quadrado, o LCD Soundsystem começou seu show para tipo dezenas de pessoas, em um espaço que cabiam cerca de 15 a 20 mil. Ou seja: MUITO vazio.

Como o show foi transmitido ao vivo pela TV para o Reino Unido, muitos telespectadores chamaram a atenção para o lamentável público que acompanhava a apresentação, gerando revolta contra o próprio festival pela infeliz escolha que culminou no choque de horários.

Mas o fato abriu outro tipo de discussão: teria o LCD Soundsystem, cinco anos depois, perdido força entre a molecada? Vale ressaltar que no Glastonbury e especialmente no Primavera Sound, tidos como eventos para gente “mais velha”, os shows foram abarrotados. Já o T in the Park tem um perfil um tanto diferente de público, tanto que o Calvin Harris, popstar da “nova eletrônica”, lotou o palco principal no dia anterior. Nada a ver ou tudo a ver? Até que ponto a morte com prazo de validade de cinco anos do grupo pode ter influenciado nisso? Se é mesmo que influenciou. É fato isolado?

Vamos acompanhando os próximos passos de James Murphy e sua turma, que tem nos planos um novo álbum para ser lançado. Mas, por enquanto, ficamos com as cenas chocantes do LCD Soundsystem no T in the Park, em vídeo e fotos pontuais.

Scotland, I love you but you’re bringing me down…

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2 comments

  1. Adoro LCD, mesmo! Mas tenho a impressão que se fosse no Lolla daqui palco Skol Chili Peppers e palco Trident LCD ao mesmo tempo, aconteceria a mesmíssia coisa, Acho…

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