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* A morte cai bem a Lana Del Rey, seja nas últimas polêmicas em que a cantora e boneca se meteu, seja nas letras de “Ultraviolence”, faixa-título de seu maravilhoso segundo/terceiro álbum, que agora rende um vídeo lindo de tão triste.
Lana Del Rey é uma estrela de um certo indie-noir, típica mulher fatal e fatalista de um romance de Raymond Chandler dos anos 30, mas no caso apenas uma cantora pop dos anos 10, os nossos 10. E nestes tempos é difícil entender o que se passa na cabeça de uma garota como Lana. Talvez seja pose, como proclamam muitos, talvez ela não esteja sendo compreendida, como defendem poucos.
Na minha livre interpretação da letra de devastadora “Ultraviolence”, Lana Del Rey parece estar voltando de uma overdose, tonta a ponto de não saber se os tapas que levou do que seria o namorado incerto eram de amor, para salvá-la, ou apenas uma ultraviolência, para mais machucá-la.
No vídeo, que dá imagem a uma das teorias abarcadas na letra, Lana Del Rey protagoniza um casamento no mato, um casório mal-assombrado que a figura masculina está lá, mas não se vê. Ela está o tempo todo sozinha em sua propria cerimônia. Pelo ritmo arrastado e pela letra dúbia e cheia de referências ao amor falido, pelo tom da melodia, tem gente que imagina que Lana, a personagem na música, está morta, desencarnando. Tipo acabou de morrer e está entendendo o que aconteceu. Li isso acho que num artigo da imprensa musical inglesa.
Caramba, Lana! Que lindo!
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