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* É tão intrigante quanto assustador, mas o negócio é que lançaram uma música nova do Nirvana. Que nem Kurt Cobain (morto em 1994), Dave Grohl e Krist Novoselic, o Nirvana em si, fizeram parte. E o mais bizarro: tem música nova da Amy Winehouse, do Jimi Hendrix e do Jim Morrison também. Todos mortos, faz tempo, aos 27 anos, a idade fatídica da música.
A canção, essa “nova do Nirvana”, com aspas bem salientes, se chama “Drowned in the Sun” e faz parte de um projeto que se chama “Lost Tapes of the 27 Club”, de uma galera de Toronto, no Canadá, que bota um programa de inteligência artificial (AI) carregado de informações do processo criativo, estilo, manias através de 30 músicas desses mártires da música. E esse computador cospe o que seria uma composição passível de esses artistas saudosos estarem lançando hoje, se estivessem vivos. Ou, pelo menos, se não tivessem morrido anos atrás. Porque é diferente.
O projeto em si não é novo, só vem sendo aprimorado. Já criaram música “nova” dos Beatles e até o bem vivo e esperto duo californiano de eletrônica pop Yacth lançou, em 2019, um álbum inteiro deles sendo criado por AI, chamado “Chain Tripping”, lançado pela DFA Records, ainda porcima. Ou seja, um delicioso disco deles sem ser, digamos, deles.
A ideia do “Lost Tapes of the 27 Club” dos canadenses, de um grupo chamado Over the Bridge, além de seguir testando as possibilidades humanas de futuro no campo musical (lembra o rapper bamba Tupac Shakur fazendo um show no Coachella 2012 uns 16 anos depois de ter sido assassinado?), é dar um material imaginativo se tanto Kurt, Amy, Jimi e Jim e muitos outros tivessem tido algum suporte para os problemas de “mental health” que carregavam.
O processo todo, esse programa de AI, tem um nome, Magenta. O Magenta, ligado ao Google, transforma toda a informação musical fornecida em um código digital que alimenta um sintetizador, que cria as canções. Para a voz, o Over the Bridge analisa vocais que copiam os astros geralmente em bandas covers, e os convidam para fazer parte. Essas vozes também são modificadas pelo programa, para se aproximar mais fielmente do guia de informações fornecido de cada artista.
Pode até soar cascata imaginar como seria uma música que Kurt Cobain faria para o Nirvana hoje em dia, porque ele, se vivo, passaria por transformações de vida inerentes ao ser humano e blablablá. Mas, em se tratando de hipóteses, segura aí, então, “Drowned in the Sun”, a “nova música do Nirvana”. E me diz o que você acha? Botaria na sua playlist de rock? Talvez a gente bote na Popload Radio, cheia de aspas, por que não?
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* Este post é nossa homenagem a Kurt Cobain, em seu aniversário de seu suicídio, morte que foi estabelecida ser dia 5 de abril de 1994. O corpo dele foi encontrado por um eletricista em sua casa no dia 8.
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