Indie complexo. Fucked Up solta novo disco de uma hora, com duas faixas, e abre contagem regressiva para finalizar projeto que começou há duas décadas

A banda canadense Fucked Up está finalmente entrando na reta final de um projeto que já dura quase duas décadas. Desde 2006, o grupo vem lançando discos inspirados nos anos do calendário chinês, cada um deles longo, ambicioso e completamente fora dos padrões tradicionais do rock. Agora, esse ciclo está prestes a se completar: ao longo do próximo ano, os três últimos capítulos da série serão lançados e, juntos, formarão o conjunto de cinco LPs batizado de “Grass Can Move Stones”.

O primeiro desses novos lançamentos é “Year of the Goat”, que chegaria apenas na semana que vem, mas acabou sendo disponibilizado de surpresa no Bandcamp nesta sexta, 5. O álbum segue a estética expansiva que virou marca registrada da série, com apenas duas faixas de aproximadamente meia hora cada. A primeira delas, “Long-Ago Gardens”, já havia sido divulgada anteriormente e chamou atenção pela forma como mistura psicodelia e intensidade sonora.

Como de costume, o Fucked Up mergulhou fundo em uma mitologia própria para dar vida ao disco. O vocalista Damian Abraham interpreta o Macaco dentro dessa narrativa, enquanto o colaborador Tuka Mohammed assume o papel da chamada Good Girl. O álbum também reúne vozes de Jennifer Castle, Tamara Lindeman, do The Weather Station, e Dwid Hellion, do Integrity, ampliando ainda mais a atmosfera esotérica da obra.

Se você quer realmente entender isso melhor, os canadenses soltaram até um documento explicando.

Mas, é importante dizer, ninguém precisa decifrar toda essa história para aproveitar o álbum. “Year of the Goat” funciona tanto para quem deseja acompanhar a saga completa quanto para quem só quer se perder nas camadas psicodélicas e no clima denso que a banda construiu a partir da voz do graaaande Damina Abraham. O disco é menos sobre seguir uma trama e mais sobre entrar no universo sonoro que o Fucked Up vem lapidando há quase vinte anos. Ou seja, uma viagem.

“Year of the Goat” e seus 60 minutos espalhados em apenas duas faixas pode ser ouvido abaixo.