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* You have never been in love until you’ve seen the stars reflect in the reservoirs.
* Talvez seja a última chance que teremos para ver um dos maiores letristas da humanidade, um dos cantores mais marcantes, dono de uma carreira solo sempre indie e consistente, com um passado em uma das melhores bandas que o pop de guitarra, o rock, a música independente teve o prazer de ter sua história.
O senhor Steven Patrick Morrissey, ex-Smiths, mais conhecido hoje dia como Esteban, o “maior inglês vivo”, “o ser humano mais maravilhoso da Terra”, tudo título de “nobreza” tirado dessas eleições bizarras e pop feitas na Inglaterra, das quais a gente sempre brinca seriamente aqui em textos sobre o cantor, está em São Paulo nesta semana.
Ontem botou sua banda para tocar para ele num teatro de cadeiras desprezadas, já que muita gente ficou de pé e foi para perto do palco). Foi no centro de São Paulo, ali na Brigadeiro, a Luís Antônio. Sábado que vem se apresenta novamente aos paulistanos lááááá no Citibank Hall. Tanto na noite passada quanto no fim de semana que vem, são shows para não se perder.
Com essas coisas não se brincam. Assim como são os Stones no fevereiro/março do ano que vem, como foi com o loucão Iggy Pop em outubro, não dá para perder uma apresentação assim, a esta altura da vida deles e da nossa, aqui no Brasil. Porque vai saber se vai haver outra chance.
No caso desta terça, lá estava Morrissey com sua voz às vezes vacilante, às vezes firme, umas tossinhas no começo até ela engrenar, mas sempre linda cantando “aquelas coisas dele” de paixão, amizade, intolerância, engajada, amaldiçoando a rainha, os toureiros e quem faz mal a animais, especialmente os comendo. Tudo o que poucos sabem colocar numa letra como ele.
Alternando marra e simpatia, mas sempre gentil com o público, Morrissey já se movimenta menos no palco, o que explica os shows espaçados de sua agenda. Ele leva mais tempo para se recuperar das ainda constantes e tradicionais chicoteadas que dá com o fio do microfone. O topete está cada vez mais baixo e ralinho, por causa, segundo ele, dos remédios que precisa tomar por causa do tratamento do câncer do esôfago que o tem abatido.
Mas a magia, essa está intacta. Uma das vozes mais sinceras do pop desde sempre, a alma que Morrissey sempre passou ao cantar, seja solo ou seja nos Smiths, ainda vem desde sua boca direta ao coração dos fãs, que o trata como torcedores de um time de futebol. Foi a maior quantidade de camisetas que eu vi em pessoas indo a um concerto desde os shows, sei lá, do Oasis. Diversas e de várias turnês e fases. Inclusive camisetas dos Smiths.
Para quem ainda está em dúvida se vai ao show do Citibank Hall no sábado, ou no Rio e Brasília na semana que vem, um conselho-aviso: Não se perde Morrissey!!!!
* Abaixo, Morrissey cantando “How Soon Is Now?”, de sua época dos Smiths, ontem em São Paulo.
** As fotos deste post, incluindo a da home, e tirando a da camiseta dos animais, são de Fabríco Vianna.
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