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* A última música sob o nome de “Hey” que tive contato na vida, pelo menos a que me lembro ou me marcou, foi um clássico débil dos Pixies, do álbum “Doolitle”, de 1989, ano em que as coisas começaram a mudar forte na música. Disco, banda e canção sublimes, essa “Hey” pixiana era experimental, calminha/barulhenta, diferente de tudo, jogral doido, gritos de “uh!”, garota repetindo palavra, possuia duas coisas que eu mais gosto numa banda (que é o “diálogo” perfeito de duas guitarras, dois guitarristas, tal qual, sei lá, os Strokes, o Arctic Monkeys, o Parquet Courts…) e na letra carrega uma parte que diz “Been trying to meet you/ hey/ must be a devil between us/ or whores in my head/ whores at my door/ whores in my bed/ but hey/ where have you been? / if you go i will surely die/ we’re chained”.
Daí que pinta uma outra “Hey”, agora, vinda de uma espertíssima banda nova inglesa chamada Slaves. Grupo de dois moleques e só, guitarra e bateria, tipo White Stripes, tipo Drenge, o Royal Blood, vocalizada pelo baterista Isaac Holman, 23 anos, acompanhado pelo amiguinho guitarrista Laurie Vincent, 21. Rock gritado, som de garagem.
“Hey”, rockinho rápido e raivoso, na verdade foi lançada em download no mês passado. O que é novo-novo mesmo é o ótimo vídeo de cara bêbado saindo da balada e vendo coisas, sofrendo coisas, sob influência.
Conheci o Slaves no ano passado, acho, através de uma música e só, a incrível “Where’s Your Car Debbie?”, em que eles procuram o carro da amiga Debbie e não acham. Eles estão sendo perseguidos por alguém ou por alguma coisa e precisam achar a porra do carro da Debbie. Tanto que a canção começa com duas perguntas desesperadas e diretas: “Where’s Your Car Debbie?” e “Debbie, Where’s Your Car?”.
Volto a encontrar os moleques do Slaves agora, com o lançamento do vídeo de “Hey”, razão deste post. Tinha esquecido até que o Slaves existia. Mas, agora, com essa “Hey” que me lembra a outra “Hey” apenas no nome, lembrei que essa banda de Kent é muito legal. E não vou tirar mais o olho dela.
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