girl in red aponta a luz em novo single, “Rue”, a caminho de colorir o mundo com o primeiro álbum

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Captura de Tela 2020-08-27 às 10.48.34 AM

* A indie furacão Marie Ulven, a Girl in Red, a norueguesa que é ao mesmo tempo uma ótima cantora indie pop e um ícone lésbico (e por conta de decorrências disso cancelada e descancelada no Twitter constantemente), finalmente vai lançar seu primeiro álbum, “World in Red”, que ainda não tem data certa a sair, mas está prometido ainda para este ano turbulento. Como ela.

Deste disco debut passamos a conhecer nesta semana o primeiro single, a deliciosa “Rue”, tão indiezinha quanto grandiosa, algo como um encontro de Lorde no começo com Billie Eilish de “My Future” e roupagem de Hayley Kiyoko ou King Princess na inspiração ideológica. Musicalmente, indica que a girl in red passou seriamente a não fazer mais músicas para se ouvir trancada no quarto à meia-noite.

Neste ano, a girl in red (em minúsculas como ela prefere) já lançou a climática “Midnight Love”, mas não é certo que esta música vai estar no disco de estreia ou é só mais uma do montante de singles que ela tem lançado desde 2017, sem querer montar um álbum cheio.

“Rue”, ou “rue”, num olhar mais microscópico de Ulven, é música de superação, uma vez que ela é representante mór hoje na música das meninas que gostam de meninas em fase de descobertas e fez fama inesperada a soltar suas pequenas pérolas musicais de autogravações de seu quarto no interior da Noruega, que variavam entre a temâtica do romance queer e de depressão.

Adorei a historinha contada na divulgação da música nova: “Escrita como nenhuma música que ela já criou antes, ‘Rue’ começou em um Guitar Center na Times Square, onde ela estava experimentando violões e saiu uma progressão de acordes. Tomando mais forma na parte de trás de seu ônibus de turnê, inspirada pelos paralelos que ela reconheceu entre si e a personagem de Rue na série ‘Euphoria’, da HBO. ‘Ela é viciada em drogas, o que eu não sou’, diz Marie. ‘Mas muitas das coisas que ela sentiu e das quais está tentando escapar são coisas com as quais estou lidando o tempo todo.’ Voltando à Noruega, ela começou a construir um arranjo muito maior. A música mostra Marie lutando contra problemas de saúde mental. ‘É um trabalho pesado’, diz Marie. ‘Não é um trabalho físico, mas parece porque é muito difícil’, concluiu.”

Talvez seja melhor mesmo que o “World in Red” saia só agora, depois de tantos singles de “experimentações de vida” de uma garota de 21 anos hoje, num momento mais “adulta”, segura de si (ou mais ou menos). E um pouco mais segura da responsabilidade de representar o que tem representado para seus fãs, que são completamente obcecados pelo que ela faz, diz, canta, tuita. Ela, essa entidade girl in red, parece saber disso ao dar o máximo que pode ouvidos a suas adoradoras nas redes sociais, o que sim gera uma proximidade confortadora mas também pode causar uma exposição “perigosa” e derivar essa possível onda de cancelamento e descancelamento. Enfim, sign o’times! Zero lugar de fala para analisar a complexidade das músicas de uma garota norueguesa como a girl in red, mas essa é a beleza da coisa.

O jeito é ouvir essa ótima “Rue”, da (mais) “adulta” girl in red. E ver o vídeo, vendo Marie Ulven correndo atrás da luz numa norwegian wood, o que me lembrou o livro do Murakami e a música dos Beatles, tudo junto. Não sei exatamente se isso serve de referência a girl in red, se ela precisa desse paralelo, mas música, livro, bosque, luz têm tudo a ver de um jeito ou de outro. Acho.

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