Furacão negro encarnado num corpo seminu de mulher. Um “mero” show de Grace Jones em SP

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Dá para chamar de histórico o que aconteceu sexta passada na festa-festival D-Edge Concept, no Tom Brasil, mas talvez o adjetivo que melhor defina o show da jamaicana Grace Jones seja: PODEROSO. Assim mesmo, com letras maiúsculas.

E olha que, num primeiro momento, o palco parece um tanto simples demais. Mas, quando aquele furacão negro encarnado num corpo seminu de mulher surge ali, a gente entende: o cenário e a banda (que é ótima) são só pano de fundo. As luzes estão todas voltadas para ela.

Com o corpo todo pintado numa arte tribal meio timbalada, Jones aparece pela primeira vez vestindo uma máscara de caveira dourada exuberante. E, a cada música do show, os adereços vão sendo trocados. Perucas, chapéus, casacos e saias vão ilustrando de forma diferente cada faixa de seu clássico repertório. E nesse desfile performático colorido estão também as muitas referências que fazem de um show da Grace Jones algo tão rico: dance-hall jamaicano, gospel, disco music, new-wave. Tudo junto e misturado funcionando tão bem. Não teve “La Vie en Rose”, mas seus maiores hits estavam todos lá: “Slave to the Rhythm”, “Libertango”, sua versão de “Love Is the Drug”, “Pull Up to the Bumper” (essa entoado em meio a uma nuvem de bolinhas de sabão)…

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O tal “PODER” do show vem muito da performance da diva, que faz um pouco de tudo. Dança, se joga no chão, trepa num pole dancing, beija a bunda de um dançarino, roda um bambolê na cintura por mais de dez minutos. Sem nunca perder o pique nos vocais, que ela sustenta superbem inclusive nas acapellas improvisadas que emendava entre uma música e outra. Além disso tudo, Grace é muito simpática. Fala e provoca o público o tempo todo. Repetiu mil vezes a pergunta: “Do you wanna partyyyyyyy?!?!?!”

O show acabou sem bis, mas, já com a produção toda em cima do palco desmontando os instrumentos, a diva voltou ali para o meio e ficou dançando um som eletrônico qualquer com o público. Para Grace, aos 68 anos, a festa ainda não estava na hora de acabar.

No dia seguinte, a cantora jamaicana se apresentou no Rio em evento gratuito dentro do festival “Back to Black”, na Cidade das Artes, e beijou um fã na boca. “Adoro os brasileiros e a língua brasileira”, revelou.

** Texto e fotos: Fernando Iervolino, do espertíssimo electro-site Fiervo.com

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