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* Os maiores sonhos declarados do megafestival Coachella, da Califórnia, é, nessa onda de reunir bandas acabadas para tocar no deserto, promover as voltas de duas bandas em especial: os ingleses dos Smiths e o americano Talking Heads. O primeiro Morrissey já disse que não volta nem em um milhão de anos, mesmo com ele marcando hoje show no México e sua ex-cara-metade, o guitarrista Johnny Marr, soltando também hoje uma música nova.
Segundo David Byrne, o líder do Talking Heads, banda cultuadíssima que ocupou o CBGB antes do punk e os porões do Brooklyn antes do hype, eles também jamais retornarão. Mas uns rumorezinhos de que o mítico grupo volta ao Coachella circula cada vez mais forte no underground americano. Pistas não faltam. Byrne, amigão do Caetano, lançou elogiado disco novo neste ano em parceria com a bela cantora St Vincent, ex-Polyphonic Spree e ex-Sufjan Stevens, numa aproximação sua da “modernidade”.
Byrne está super na ativa. Também neste ano, lançou o elogiadíssimo livro “How Music Works”, um lado antropológico de enxergar como a tecnologia de gravação discos e a modernidade mudou e vem mudando nossa maneira de escutar música.
Os parceiros de Talking Heads de Byrne, os importantes Chris Frantz e Tina Weymouth, depois de 12 anos longe da cena musical soltaram agora em setembro um disco novo, para a banda deles, o Tom Tom Club, importante banda da new wave americana dos anos 80. Em suma, todo mundo alive and kicking.
Talking Heads é uma banda onipresente. Vira e mexe tem remix seu para a música eletrônica. Recentemente, ouvi uma versão nu-disco de “Psycho Killer”, tocada pelo produtor e DJ bamba Lindstrom, em uma festa em São Paulo. Uma versão flamenco da música também aparece na trilha sonora do filme deste ano do diretor Oliver Stone, “Selvagens”. O filme deste ano do Sean Penn, “This Must Be the Place”, que estreou agora em novembro nos EUA e já tinha passado em cinemas brasileiros em julho, tem o título inspirado em música do Talking Heads. Sean Penn é um veterano roqueiro que vive em NYC. O próprio David Byrne aparece no filme.
E pela primeira vez eu vi um vídeo no Youtube recentemente que traz uma apresentação raríssima do Talking Heads no histórico CBGB, casa de shows tosca de Nova York que abriou a grande cena local dos anos 70, todo o punk rock e além, talvez o clube de concertos mais famoso do mundo em todos os tempos, junto com o Marquee, em Londres, e o Cine Joia em São Paulo. Cóf.
Pensa: 1975. Há quase 40 anos. Byrne, Frantz e Weymouth tocando “Psycho Killer” no CBGB. Umas oito pessoas aplaudindo no fim da performance.
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