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No fim da tarde deste domingo, 1º de maio, o Cine Joia recebe a edição #3 do Balaclava Fest. No palco, bandas como Supercordas, Quarto Negro, Medialunas e Swervedriver, grupo inglês que apareceu no fim dos anos 80 e fez parte do movimento indie-shoegaze, que andou ensaiado uma espécie de ressurreição nos últimos anos com os retornos de grandes expoentes como Slowdive e Ride.
O Swervedriver, por exemplo, encerrou seus trabalhos mais ou menos em 1998. Voltaram uma década depois para shows esporádicos. Sumiram de novo e retornaram ano passado com disco novo e tudo. E é com a turnê de “I Wasn’t Born To Lose You” que eles visitam o país.
A Popload convidou o Walter Matsuzoe para falar um pouco do contexto britânico naquela época, quando se armou bem o movimento até que o grunge chegasse, literalmente, chutando tudo.
No início da década de 1990 um certo (literalmente) barulho começou a tomar conta da cena indie inglesa. A fórmula infalível era sempre a mesma: franjas, guitarras distorcidas que formavam uma parede sonora, vozes tímidas e olhos sempre direcionados para o chão. Era o tal “shoegazing” que tomava forma.
A gravadora da vez era a Creation Records (que muito espertamente assinou contrato com boa parte destas bandas) e que tinha como grande nome o My Bloody Valentine, pai e mãe dos barulhentos da época e que inspirou todos, de Slowdive a Chapterhouse, com todas aquelas guitarras barulhentas e camisetas listradas. Durante os shows o som era muito alto, muito melancólico e absurdamente lindo.
Desta mesma gravadora e também de Oxford, duas bandas se destacaram. Ride era uma delas, responsáveis pela obra prima “Nowhere”, aquele com a capa de uma onda se formando no meio do oceano e que representava exatamente aquilo que estava acontecendo. Uma onda que poderia desaparecer ou virar um tsunami.
A segunda banda era o Swervedriver, que emplacou um belo hit, “Rave Down” (vídeo acima). Com um som ainda mais pesado e voltado para a Psicodelia, com influências de Stooges e Mc5, tiveram o primeiro álbum ,”Raise”, produzido por Alan Moulder, engenheiro de som de primeira que mais tarde trabalhou com Smashing Pumpkins e NIN.
Esta “onda” sonora chamada shoegazing poderia ter se transformado em uma coisa muito maior se não fosse interrompida pelo verdadeiro tsunami chamado Nirvana, que em 1991 com o álbum “Nevermind” e todos os grunges cabeludos acabaram com toda a festa. Mas esta é uma outra história.
Quem viveu aquela época não se esquecerá jamais…
SERVIÇO
Data: 01/05 às 17:00
Line up: Supercordas, Quarto Negro, Medialunas e Swervedriver
Local: Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82 – Liberdade
Ingressos: R$40 a R$80
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