Se temos o jovem Turnstile quebrando tudo e dialogando real com a molecada através de seu hardcore cheio de camadas, outra banda que soltou disco novo nesta sexta-feira e que tem muito a oferecer ainda é o glorioso Pulp.
Após mais de duas décadas sem um disco de inéditas, mais precisamente 24 anos, a armada musical liderada pelo gênio Jarvis Cocker colocou no mercado o aguardado “More”, o sucessor de “We Love Life”, de 2001.
Puxado por ótimos singles como “Got to Have Love” e “Spike Island”, o projeto começou a tomar forma após o retorno da banda aos palcos em 2023. Durante uma passagem de som, eles testaram a inédita “Hymn of the North” e decidiram apresentá-la ao vivo, o que, segundo o vocalista, “abriu a porteira”. As faixas foram compostas no primeiro semestre de 2024, em parte a partir de ideias antigas, e gravadas em tempo recorde: apenas três semanas em estúdio, sob a batuta do elogiado produtor James Ford (Arctic Monkeys, Pet Shop Boys, Beth Gibbons).
Com colaborações de nomes como Richard Hawley, Jason Buckle e backing vocals da família Eno, “More” passeia pelo pop alternativo, disco e funk europeu, segundo a própria banda.
Em tempos de reflexões e debates acalorados sobre inteligência artificial, Jarvis fez questão de dar aquela cutucadinha e enfatizar que o álbum foi inteiramente feito por pessoas reais. “Este trabalho é dedicado ao Steve Mackey. É o melhor que conseguimos fazer”, disse ele, em homenagem ao ex-integrante do Pulp, que morreu em 2023.
Além dos arquivos digitais que já estão em nossos fones, o lançamento físico de “More” conta também com edições especiais em vinil, incluindo versões exclusivas para lojas independentes e até uma tiragem limitada vendida apenas em Sheffield, cidade natal da banda.
Não bastasse tudo isso, o Pulp já tem uma série de shows marcados para o resto do ano, incluindo uma dobradinha nervosa e linda com o LCD Soundsystem, marcada para acontecer no famoso Hollywood Bowl, em Los Angeles, em duas noites de setembro.