* Popload em Nova York
Ela está perto de fazer 69 anos, sua banda tem 40 anos de estrada, mas o gás se mantém impressionante. “Cantar no Coachella com o Arcade Fire, para 80 mil pessoas, para mim foi diversão apenas. Nada demais. E estar lançando um novo álbum a esta altura não quer dizer um recomeço. O Blondie nunca acabou. Nossa história nunca deixou de ser contada. Temos uma turnê mundial planejada, definitivamente vamos para a América do Sul fazer shows. Desta vez iremos certamente ao Brasil. Nunca fomos.”
Debbie Harry conversou ontem com a Popload, em um hotel em Nova York, horas antes de o histórico grupo punk/new wave anos 70 Blondie fazer uma apresentação exclusiva em uma festa da marca de óculos Ray-Ban, que tem sua trajetória muito ligado ao rosto da ex-pinup e ícone de uma geração, por causa de suas famosas fotos. Quase aos 70, ela consegue contratos para ser “garota”-propaganda ainda.
A conversa inteira com Harry mais Chris Stein, seu fiel parceiro de Blondie, estará aqui em outra ocasião.
O Blondie sairá na semana que vem em turnê mundial, começando num cassino em Atlanta, partindo para a Europa, se apresentando em vários festivais de verão e terminando essa série no fim de agosto na França. A tour latina seria a seguinte, segundo os planos atuais.
Apesar de já ter feito shows duas vezes no Chile e na Argentina (até no Peru), o Blondie nunca tocou no Brasil. “Até hoje não entendo por que nunca fomos”, disse Chris Stein na entrevista. “Estava programado, mas sempre teve um obstáculo qualquer na hora de fechar.”
Sobre o show de ontem, eu esperava algo na linha saudosista. O importante guitarrista Chris Stein é o que mais sente o peso dos anos e dos problemas de saúde grave que sempre carregou. Mas botou um guitarrista e um tecladista bem novos e bons para segurar a onda para ele ficar mais enfeitando o palco que precisamente tocando. O baterista Clem Burke, quase em seus 60, está numa forma, digamos, animal. Espanca a bateria com vontade da primeira à última música. Debbie Harry, bem, ela é a Debbie Harry.
Impressionou também o fato de as músicas estarem coladas umas às outras. Sem muito papo, poucas paradas para tomar água ou outra coisa. É pau um atrás do outro.
Os velhos hits incríveis e as novas músicas são tocadas quase que intercaladas e não há uma divergência temporal muito gritante que atrapalhe o andamento do show. A cover de Beastie Boys, “(You Gotta) Fight for Your Right (To Party!)”, que o Blondie tocou no começo do ano na Inglaterra, na festa da “NME”, voltou a ser mostrada ontem. Tudo Nova York. Tudo em casa.
Abaixo tem três vídeos de clássicos de ontem: “Rapture”, “Hanging on the Telephone” e “Atomic”, acho que minha música preferida da banda. A iluminação do lugar do show, o galpão de eventos District 1937, a que ficava em cima de Debbie Harry, faz o vídeo parecer que a musa do Blondie é uma pessoa-luz, pode reparar. Debbie atomic. Ontem foi mesmo.
* A POPLOAD está em Nova York a convite da Ray-Ban, marca de óculos italiana que arrebanhou uns jornalistas do mundo todo para lançar, aqui em Nova York, sua nova coleção.
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