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* Faaaaaala, Courtney. Faaaaaaala!
Parte 2 da entrevista que a viúva de Kurt Cobain, cantora do Hole, atriz doida de Hollywood e atração do festival SWU concedeu a este blogueiro, na condição de jornalista da Folha, em texto que saiu publicado ontem, quarta-feira. Em destaque: o caminho das drogas nos EUA, o fim da cocaína, o dinheiro que vai para ela das músicas do Nirvana e um gosto-não gosto de algumas das atrações do SWU. Ah, e Courtney lembra de quando foi VOCALISTA DO FAITH NO MORE! Courtney vocalista do Faith No More! Essa eu juro que não sabia e abri o wikipedia na hora da entrevista para ver se era verdade, enquanto ela falava.
* Courtney, o “Nirvana ideal” e as drogas – “O Kurt sempre quis mais gente no Nirvana. Ele queria o J Mascis [Dinosaur Jr] de baterista. Essa eu nunca entendi. Ele queria o Matt Lukin [baixista do Melvins, depois Mudhoney]. E, principalmente, ele queria o Dale Crover na bateria [baterista do Melvins, que quebrou o galho no Nirvana por uns tempos, antes do Dave Grohl entrar].
“Mas o Buzz {Buzz Osborne, guitarrista e vocalista do Melvis, amigo de colégio e da banda pré-Nirvana de Cobain] nunca levou o Kurt a sério e o tratava como merda. Acho péssimo que até hoje o Buzz… Bom, não o vejo desde o natal de 1992… Sou de San Francisco, e tem essa loja, Gump’s, que eu ia lá com minha avó. Em 92 [pode ser 1982, Courtney usou as duas datas na entrevista, pode ter se confundido] estou saindo da loja e vejo o Buzz usando heroína com a filha da Shirley Temple, que tinha virado uma junkie gótica…
“Naquela época, heroína era “the thing”. Ninguém mais usa heroína neste país hoje em dia. Agora eles preferem oxycodone [analgésico duas vezes mais potente que a morfina]. Não tem mais heroína aqui! Os jovens usam ketamina também. Eu jamais usaria isso. Nunca tomei nem ecstasy… Então nem sei como é. Mas tive essa fase heroína e foi antes do Kurt! Estou te explicando porque você não é americano, mas a gente usava heroína aqui porque TINHA que usar. Ou então, você não era cool o suficiente. Era como jazz! Mas eu nunca tive uma doença! Essas cidades portuárias da costa oeste, tipo São Francico, Los Angeles, Portland, Seattle, e, no Canadá, Vancouver… A heroína chegava pesado em Seattle e Portland, daí para o resto do país. E heróina é muito ruim! E em San Francisco a heroína era boa e vinha de lugares diferentes. Em Vancouver tinhas as da China… A de Los Angeles era péssima e ninguém se viciava de tão ruim que era. Qual é o maior problema com droga no Brasil?
* Courtney, o Lula, a presidente do Brasil Cristina Kirchner e o beijo do Hugo Chaves – “Em 2009, eu vi o filme ‘Ao Sul da Fronteira’, do Oliver Stone, que é meu amigo. Era uma première em NYC e estava ao lado do Lula, da Cristina Kirchner, um bispo, o presidente boliviano e o Hugo Chavez. Você deve ter visto fotos minhas com o Hugo nessa ocasião. E o Oliver Stone vai e me bota na porra da primeira fila! Era Fashion Week e estava com um vestidinho e sapato vermelho. O Chavez deve ter achado que eu era uma prostituta… Eu não sabia! Ele é um cara ruim? Porque eu gosto dele, achei que ele é um cara legal, tendo a ver o melhor nas pessoas… Bem, ele gosta de celebridades, né? E daí a presidente de vocês [Achando que a presidente do Brasil era a Kirchner] não tirava o olho da minha bunda pensando ‘quem é essa puta?’. E o Chavez vai e beija a minha boca. French kiss, mesmo. Foi engraçado como a mídia divulgou isso. Virou um incidente internacional.
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ÁUDIO: Ouça Courtney Love falando sobre Kurt Cobain e a ex, Tobi Vail, do grupo de meninas Bikini Kill. Cobain, na paixão por Tobi, escreveu a maior parte das músicas do “Nevermind” para ela. Aí o Dave Grohl, que começou a sair com a Kathleen Hanna, também do Bikini Kill, salvou Cobain daquelas gordas retardadas. Foi mais ou menos isso.
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* Courtney e o download – “Ninguém consegue fazer dinheiro com download! O compositor até faz pouco dinheiro, no caso o Kurt, que agora é meu e da Frances [Filha de Love e Cobain]. Tem a porcentagem do iTunes, da gravadora Universal, disso e daquilo. Daí que num download de uma música, que custa 99 centavos de dólar, no final acaba vindo 9 cents para o compositor. No caso, para mim e France dividirmos.
* Courtney e o SWU – Quem vai tocar nesse festival, comigo? Minha empresária não quer me dizer! Eu desisti de um festival na Austrália porque ia ter o Van Halen, Limp Bizkit. Eu disse: ‘Não vou’. Não ligo para o dinheiro, é um ‘NO’… O Stone Temple Pilots vai tocar no festival, não vai? Sonic Youth? Meu Deus. Eu até gosto do Thurston Moore, mas não gosto da Kim Gordon. E essa separação deles agora. Eles pareciam papai e mamãe quando falavam. Papai e mamãe bem esquisitos. Em que posição estou na escalação? [é dito: a principal atração no domingo do palco secundário]. Quem vai estar tocando no mesmo horário no palco principal? Peter Gabriel? Ok. Quem mais toca? Black Eyed Peas? Agora ficou bizarro. Snoop Doog? Yaaaay! Adoro ele! Nunca fumei maconha com ele porque não fumo maconha, mas eu o amo. Kanye West? Conheço Kanye. Ele é fantástico. É um crianção no bom sentido. Parece que tem 9 anos. Não tem ninguém novo nesse festival, tirando esse Tyler the Fucking Destroyer [Tyler the Creator] que você citou? Crystal Castles, ok, eu gosto deles. Quem mais? FAITH NO MORE VAI TOCAR? Minha primeira banda…
* Courtney no Faith No More – O Roddy [tecladista do Faith No More] é um dos meus melhores amigos. Eu fui a última namorada dele, antes de ele virar gay. Ele é padrinho da minha filha Frances. Ele, o Michael Stipe [REM] e o Bono [U2]. Implorei para entrar na banda, tipo 1983, eu devia ter 18 anos e era bem louca, colocava fogo no cabelo, me cortava no palco, fazia umas coisas bem estranhas, para desabafar. Disse que ia torná-los famosos. Fui só vocalista, não me deixaram tocar guitarra. Mas acabei expulsa do grupo antes de eles começarem a gravar o disco [1984]. A banda foi ficando grande e o Billy Gould [baixista e fundador do FNM] não conseguia se conformar em ter uma menina como vocalista da banda dele. Eles queriam fazer do Faith No More uma banda de ‘macho’. “