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* Popload em Seattle, indo para Quincy, WA
* Mais sobre o Sasquatch, festival que começa logo mais no espetacular Gorge Amphitheatre, um desfiladeiro entrecortado pelo rio Columbia, e só termina na segunda-feira à noite, por causa do feriadão americano.
Escrevi um textão hoje que foi publicado na Ilustrada, da Folha de S.Paulo, e recoloco ele aqui, na íntegra, aproveitando a não-limitação de espaço que temos aqui na internet.
A parada desse festival é a seguinte:
* Alternativa para os alternativos, começa nesta sexta-feira às 4 da tarde (8 da noite no Brasil), em Quincy, no Estado de Washington, no extremo noroeste dos EUA, o Sasquatch Festival, um dos eventos musicais que mais cresce em território americano, hoje em dia o país dos festivais. Até 2000, quase não tinha nenhum. Só experimentos que ficaram pelo caminho e sem regularidade, tipo Lollapalooza, Woodstock e outros, não botando nesta conta a Warped Tour. Festival gigante, sempre foi, coisa de inglês.
Com um visual mais bonito que o do Coachella, uma escalação mais bem selecionada (do ponto de vista independente) que o Lollapalooza de Chicago, o Sasquatch Festival acontece até segunda-feira próxima, com quatro dias, quatro palcos e 127 atrações invadindo o feriado do Memorial Day, dedicado aos combatentes de guerra americanos.
Conhecido como o festival ianque mais “paz e amor” e de “boas vibrações” (isso desde bem antes de a maconha ser legalizada para uso recreativo no Estado), o Sasquatch acontece numa região que dista perto de três horas de carro de Seattle e um pouco mais que isso de Portland (Oregon), duas das cidades indies mais vivas dos EUA.
As bandas tocam na cercania paradisíaca onde fica o Gorge Amphitheatre, área para eventos que tem como cenário o belo vale do rio Columbia, com seus desfiladeiros e gramados. The Who e David Bowie já se apresentaram no lugar. O Lollapalooza, quando era itinerante nos anos 90, passou por lá. E o Pearl Jam já lançou um disco ao vivo gravado no Gorge Amphitheatre.
O Sasquatch começou em 2002 com um dia de duração e um elenco de atrações que não ia muito além de Jack Johnson e Ben Harper e um par de outros nomes pequenos.
Sasquatch, o nome, vem da lenda local, é uma criatura selvagem que habita as florestas frias e soturnas de árvores altas desta parte dos EUA e até o Canadá. É tipo um macaco gigante, que vira e mexe é “visto”, caçado, sai nos jornais depoimentos. Pessoas juram que já encontraram um Sasquatch, mas nunca conseguiram capturá-lo. No Brasil, é conhecido como Pé-Grande. Dizem que ele tem parentesco com o “Abominável Homem das Neves” do Tibet. Expedições já saíram à caça do homem-macaco. Mas sempre voltaram de mãos vazias.
O Sasquatch Festival tem cinco palcos, todos com referências à “fera”: Sasquatch, Bigfoot, El Chupacabra, Yeti e Cthulhu.
Em fevereiro deste ano, uma semana depois de anunciar sua centenária lista de bandas, o festival esgotou seus cerca de 35 mil ingressos (tamanho indie perto dos 80 mil/dia do Coachella) em pouco mais de meia hora.
As atrações 2013, carregada de rock mas que também vai do eletrônico fino ao hip hop desbocado, estão encabeçadas por bandas que são consideradas “médias” em lista de outros grandes festivais americanos, tipo as locais Postal Service e Macklemore & Ryan Lewis (dupla cada vez mais gigante na cena hip hop mundial), o indie-afro nova-iorquino do Vampire Weekend, experimentalismo islandês do Sigur Rós e o folk britânico do Mumford & Sons.
Mas é no recheio que o Sasquatch brilha. O Sasquatch é um dos poucos festivais em que as pessoas olham os headliners e decidem se vão ou não. Eles vão pelas bandas de meio de lista para baixo. É característica do festival.
O delicado grupo The XX, os veteranos Built to Spill e Elvis Costello, mais Tame Impala, Azealia Banks, Arctic Monkeys com músicas novas, Andrew Bird, The Lumineers, Edward Sharpe, Divine Fits, Devendra Banhart e Father John Misty estão entre as muitas atrações deste ano.
E a gente vai contar um pouco aqui na Popload como está sendo e como foi o Sasquatch 2013.
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