>>
Os portões nem haviam sido abertos e a organização do Coachella já avisava em seu twitter: “Hoje é o dia mais quente do festival”. O domingo, terceiro dia da primeira parte do Coachella, mostrou mesmo que Indio é um dos lugares mais quentes do mundo. Tanto na música quanto no clima.
Com uma programação menos explosiva se comparada aos dois dias anteriores, até para dar uma trégua para quem já esteve por lá na sexta e no sábado, o festival tinha como destaques uma mescla entre uma turma nova, liderada pela Santigold, os ótimos Real Estate e Wild Beasts e a Florence and the Machine, uma turma nova-velha, ali da virada do século, como o The Hives e o Justice, e a turma das antigas, representada pelos casca-grossa Dr. Dre e Snoop Dogg.
Nome forte do novo hip hop, a louquinha Santigold arrastou muita gente para o seu show. O rap é o novo rock, você sabe. Ela, que é queridinha por toda galera do indie, prepara o lançamento de seu segundo álbum – “Master of My Make-Believe” – no próximo dia 1º de maio. Show concorrido, cheio de misturas musicais e gente empolgada.
Banda que costuma ser sempre explosiva ao vivo, o Hives, grupo sueco que estourou ali mais ou menos em 2002, continua fazendo o mesmo show de sempre. Mas isso não quer dizer que seja ruim, pelo contrário. No palco, Pelle Almqvist sempre se entrega como se fosse o último show da vida. E ainda fez o Coachella “todo” SENTAR. Você viu na transmissão?
Pegou mal o atraso do Justice. Um dos maiores nomes da eletrônica moderna, atração imperdível do Sónar SP mês que vem, o duo francês demorou mais ou menos meia hora para começar seu show, deixando muita gente irritada. Nem no YouTube rolou o show na íntegra, por conta disso. Mas, quando começou, foi a catarse coletiva de sempre, com aquela cruz iluminada chapando os olhos em todo momento.
“Insano” tem sido a descrição lugar comum nos blogs gringos para a apresentação do Gotye. O belga-australiano virou praga musical boa com o mega hit “Somedoby That I Used to Know” – vídeo original com mais de 162 milhões de views no YouTube – música mais tocada este ano na Inglaterra e, hoje, segundo lugar da “Billboard”, executada em programas como o Saturday Night Live e Glee. A imprensa australiana crava que, se o som não chegar ao #1 da Billboard desta semana, nunca mais vai chegar. Seria a primeira aparição de um representante da Austrália nas paradas americanas em 12 anos. No Coachella, “Somebody That I Used to Know”, som que relata um desencontro amoroso indie, deve ter sido o mais cantado (e registrado) pela galera durante todo o final de semana.
A reformada At the Drive in, fundamental banda de indie hardcore, não fez feio em seu retorno oficial aos palcos, após mais de uma década de hiato. Na mira do ecofestival brasileiro SWU, o grupo de El Paso botou o volume de suas guitarras no máximo e foi bem recebido por público e crítica. At the Drive in, né?
Em mais de 10 anos de história, um dos momentos mais marcantes do Coachella foi a “ressurreição” do rapper Tupac Shakur, assassinado brutalmente há mais de 15 anos, durante o show dos pesos pesados Dr. Dre & Snoop Dogg, através de um holograma. Em um show audiovisual de deixar até o Thom Yorke de boca aberta, a dupla ainda “recebeu” no palco outros nomes como 50 Cent e Eminem. Coa-rap-chella.
Confira alguns vídeos marcantes do domingo, incluindo a “aparição” do Tupac.
No próximo final de semana, a Popload vai acompanhar in loco toda essa bagunça sonora no deserto da Califórnia.
>>