Chupa, XX: leitor da Popload pede para o trio não ser levado a sério

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Você viu aqui, ontem, que este espaço concentrou suas informações e discussões em cima do “Coexist”, badalado novo álbum do trio inglês The XX, que será lançado dia 11 de setembro, mas que já está ao alcance de todos nós em um Mediafire próximo. Acontece que, diante de toda a ansiedade e pressa para se fazer uma crítica sobre o álbum, a Popload resolveu consultar quem realmente sabe das coisas – seus leitores – e organizar um pouco a bagaça: o disco é bom ou ruim? Superou ou não as expectativas? Teve gente que classificou como “impecável”; teve gente que classificou como “muito chato”.

Acontece que outro leitor “desesperado”, o Marcel Rubio, procurou a Popload para mostrar sua resenha “polêmica”. Achamos legal e, como somos um espaço democrático, vamos reproduzi-la abaixo. Mas já adianto que ele deu nota 2.7 para o disco.

Segue abaixo a crítica do Marcel para o cultuado trio inglês.

“the xx – coexist (2012)
2.7

eu não sabia se queria entrar nos méritos de resenhar discos de 2012, tampouco se queria resenhar discos que eu não gostei, mas aqui estou eu resenhando um disco de 2012 que eu não gostei, matando dois coelhos com um único golpe de cajado.

acho que devo começar com um pouco de contextualização, certo? the xx é uma banda que fez um disco em 2009, que a) tinha um som novo e b) se tornou imensamente popular. vamos entender esses pressupostos pra podermos partir pro disco novo.

o xx, de 2009, tinha um som novo mesmo? não sei, pois desconheço essa região do mundo da música. o fato é que pouco importa, pois transformaram o som, tornando-o elegante e descomplicado o suficiente pra eventualmente virar um hit global. por isso merece créditos. e por isso esse primeiro disco é aceitável.

o fato de ser ~novo~ maqueia o songwriting verdadeiramente pavoroso de todas as canções desse álbum. torna as canções menos feias, e acrescenta estrutura a elas. a maior parte do mundo não tinha ouvido nada parecido com esse som antes e foi um som que agradou.

no final das contas, é fácil, extremamente fácil pra você e eu e todo mundo ouvir o primeiro disco do the xx, pois o nível de abrasão dele é zero. o que não é necessariamente uma coisa ruim, um disco não precisa ser abrasivo pra ser bom, tem discos 100% açúcar que eu amo, mas o xx também não tem açúcar. ele não tem nada na verdade, que não seja o fato de ser novo (em termos exclusivamente sonoros, eu devo insistir), o que é aceitável, pois novo é algo difícil de atingir. por isso o xx é um disco… tolerável.

o que determinaria se the xx é uma banda séria ou não seria o segundo disco. se eles transformassem o som característico deles e o aplicassem a composições no mínimo aceitáveis, olha só, temos uma banda a ser levada a sério. mas não. o coexist, disco de 2012, é uma catástrofe musical.

composicionalmente (melodia, estrutura, letra) falando, é tão ridículo quanto o primeiro, senão mais. parece que o processo de criação artística dessa banda envolve tentar elaborar as canções mais esquecíveis e soníferas já criadas. não existe nada que se salve, exatamente como o xx.

sonoramente (arranjos, texturas, camadas) falando, o disco bate na exata mesma tecla que o primeiro. as canções do coexist são livremente interpermutáveis com as do xx, com nenhuma perda de significado na(s) obra(s). basicamente, o de 2012 é o mesmo disco que o de 2009, mas sem a tal ‘carta na manga’ de ser algo desconhecido. trágico.

em linhas gerais, o the xx demonstrou que não é um grupo de artistas para ser levado a sério, pois falta não só talento e vocação, mas também qualquer traço de finalidade artística. é um conjunto meramente financeiro, que lançou um produto com as mesmas qualidades do primeiro (disco 2.0! agora com 2 músicas a mais!). não passa de um nickelback com maquiagem indie.

um disco vazio de qualquer significado ou propósito artístico, envolto numa redoma de melodias baratas e descartáveis. um disco que, em última instância, não diz nada, não traz nada de novo, não transmite sensação ou emoção alguma e não tem sequer uma novidadezinha sonora pra entreter, como o primeiro tinha. esse álbum é um casco fino e oco de papelão molhado.”

* Tá?

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