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* Claro, cada um cada um. Mas o sentimento é igual a se um grande rock star fosse encontrado morto nesta manhã depois de se suicidar em um quarto de hotel no meio de uma turnê. Foi exatamente nessas condições que foi achado o chef, aventureiro e (por que não?) roqueiro Anthony Bourdain, singular figura da gastronomia, da literatura gastronômica e da TV mundiais. Ele tinha 61 anos e muitas tatuagens.
Atualmente ele, considerado o primeiro “bad-boy” da cozinha de uma linha grande de “bad-boys”, tinha uma maravilhosa série de viagem culinária na CNN, a gigantesca rede americana de notícias. Ele morreu na França, em Estrasburgo. Bourdain, americano de ascendência francesa, estava lá gravando um episódio de sua série já para a próxima temporada, a 12ª, e foi encontrado por um amigo francês, outro chef.
“Sou orgulhoso do fato de ter jantado nestes anos todos com todo o tipo de gente, de defensores do Hezbollah, oficiais comunistas, ativistas anti-Putin, cowboys, doidões, líderes de milícias cristãs, feministas, israelenses e palestinos. E com o Ted Nugent”, disse uma vez Bourdain, citando como último “companheiro de mesa” o famoso roqueiro hard-psicodélico dos anos 60/70 e hoje ativista político americano de direita.
Um dos grandes episódios da série “Parts Unknown”, que está na décima primeira temporada e tem um episódio sobre Berlim indo ao ar domingo agora, foi ter comido com Obama no Vietnã em 2016, oitava temporada. Tem episódio de Bourdain na Bahia, também. Muitos anos antes, tipo 2007, Bourdain comeu sanduíche de mortadela no Mercadão de São Paulo, em uma passagem pela cidade. E cunhou a seguinte frase matadora sobre SP: “São Paulo é como se Los Angeles vomitasse Nova York”.
Mas Bourdain era mesmo do rock. Tem programas sensacionais com Iggy Pop e com Josh Homme, do Queens of the Stone Age. E agora, em abril deste ano, postou foto felizão jantando com Debbie Harry, do Blondie, atração deste ano do Popload Festival.
Por essas e muitas outras, we salute you, Bourdain. Forever.
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como se ninguém soubesse que o blondie viria pro POPLOAD FESTIVAL
Não sou SJW, mas digo que não gostei da matéria. Colocar a coisa no tom de “ele tinha tudo e ainda assim desperdiçou a vida que tinha” é uma das coisas mais desrespeitosas com quem sofre de depressão.
Faltou sensibilidade a quem redigiu o artigo.