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* Que grande momento vive o rap. Esse discaço de 20 músicas que o canadense Drake soltou no finalzinho de abril e agora essa terceira mixtape lançada dias depois pelo incrível Chance the Rapper.
“Coloring Book”, que saiu apenas nas internets dia 12 de maio, traz uma vocação para fazer história e uma música que é fácil um dos raps mais legais dos últimos tempos, na categoria “rap malandro”, frise-se. Isso dentro de um jeito “gospel” de levar sua música, aliada a suas raízes no hip hop de Chicago, mais cadenciado.
Nesse contexto, ouça a pequena maravilha que é “No Problem”, que tem colaborações vocais dos feras Lil Wayne e 2 Chainz.
A mixtape botou Chance the Rapper alto na parada da “Billboard” apenas com streaming, que não é uma venda mas já não pode ser ignorado como estimativa de sucesso ou fracasso de um disco. É o primeiro artista a conseguir isso. Música em streaming aparece nas paradas americanas, com aferições científicas através de Apple Music, Youtube e Spotify desde o final de 2014 e segundo li funcionam assim:
1500 audições acumuladas de um certo link, uma certa música, equivalem à venda de 10 músicas avulsas ou à venda de um album cheio. Parece que o troço ainda é bem polêmico como estimativa, mas segundo o “Guardian” inglês os recentes discos de Rihanna (“Anti”), Kanye West (“The Life of Pablo”) e o da Beyoncé (“Lemonade”), lançados primeiramente em streaming (no Tidal), estão forçando a modernização das paradas.
Mas enquanto esses discos também ofereceram o download como opção e isso foi computado em streaming, o “Coloring Book”, do Chance the Rapper, não pode ser baixado em nenhum lugar, porque o rapper faz questão de fazer tudo sozinho, sem gravadora por trás, ajudando. Essa é a parada. Em 2013, ele disse à “Rolling Stone” que não fazia nenhum sentido, não tinha nenhuma razão, ele assinar com alguma gravadora. “O que é um álbum hoje em dia? Só porque eu não vou vender não significa um lançamento oficial?”
Quem diria, a música ainda vai mudar muito no futuro próximo.
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