Há uma boa notícia para quem também é a ovelha negra da família: nestes últimos dias, a banda paulistana Walfredo em Busca da Simbiose lançou um ótimo single, com o curioso nome de “Rita Lee”. E, mais do que uma homenagem a uma das maiores artistas do Brasil, a canção explora o amor, às pessoas e às coisas, tudo isso por meio de doces melodias e um arranjo pop, que se destaca, sobretudo, pelos sintetizadores esquisitamente agradáveis.
Com uma notável preferência por títulos criativos, o Walfredo é encabeçado pelo músico multitalento Lou Alves (compositor, instrumentista, cantor e produtor) e teve sua estreia no ano de 2017. Desde 2019, a banda integra a Balaclava Records.

Walfredo em Busca da Rita Lee
A faixa “Rita Lee” é o segundo single anterior ao lançamento do terceiro disco da banda, intitulado como “Mágico Imagético Circular”. Título esse que realmente transmite a ideia, pelo menos, dos dois singles já lançados. A primeira faixa é a “Iridescência”.
Mais sobre o arranjo de “Rita Lee”: o som é agradável e se destaca devido às guitarras suingadas e, principalmente, aos sintetizadores com aspecto meio extraterrestre, por causa dos timbres que lembram sons geralmente usados para representar discos voadores na cultura pop. É preciso escutar para compreender. Assim como Rita Lee acreditava, os Walfredo em Busca da Simbiose parecem também acreditar na vida fora da Terra.

Vale destacar, inclusive, a entrada de Diego Vargas como tecladista na banda, desde o fim do ano passado. Diego é o membro mineiro da banda também paulistana e bastante conhecida na CENA, a Pluma.
Segundo o músico, o trabalho na Walfredo o permite explorar no sintetizador uma ideia diferente da desenvolvida na sua outra banda: “Na Pluma, como não tem guitarra, eu tenho que fazer todos os acordes, faço mais a base. Já na Walfredo, como o Lou faz todos os acordes na guitarra, a minha função é fazer mais as melodias, às vezes tem efeitos sonoros também, acho que completa o que eu faço na Pluma”.
Além de Lou e Diego, a Walfredo conta com os irmãos Uiu Lopes no baixo e João Lopes na bateria.
“Tutti-Frutti das ideias“
Acerca da composição: a melodia é suave e doce, a letra da canção parece sincera, ainda que bastante romântica, soando como uma declaração de amor do eu lírico a uma interlocutora, que é descrita em várias características, muitas que remetem a obras de Rita Lee, como “ovelha negra”, “fruto proibido” e “tutti-frutti”. Outro aspecto interessante da música é o fato de ela soar bastante paulistana porque, além das várias referências a Rita, o sotaque de Lou Alves é bastante marcado no canto.
E, mais do que uma canção de amor romântico, “Rita Lee” trata de outras formas de amor: segundo o compositor, a faixa transmite seu afeto “àqueles que se tornam ovelhas negras, amam o que fazem, e morrem de amor pelo que fazem”.
“Eu tinha a melodia, e algumas partes do refrão desenhadas ainda em 2021, mas decidi escrevê-la, finalizá-la e dedicá-la à Rita desde sua ida ao hospital pelo seu diagnóstico de câncer e, depois, seu falecimento. Eu perdi minha mãe para o câncer, lembro que senti a mesma dor quando anunciaram a ida da Rita ao hospital”, compartilha Lou Alves.
Enquanto o disco não sai (está previsto para outubro), dá para ficar com “Rita Lee” na cabeça e tudo de autêntico que ela transmite!