Na última semana, as redes sociais foram tomadas por teasers conectados ao cantor e compositor carioca Rubel, sempre acompanhado por elenco ilustre: num dia Milton Nascimento, noutro Liniker e no seguinte Gabriel do Borel. Mas em todos os vídeos os convidados e Rubel estão tentando responder uma pergunta.
Não foi o clichê “O que é a música pra você?”, mas parecia, a princípio. E o papo ficava cada vez mais enigmático, inclusive porque falava-se de “pessoas azuis” no meio. A questão só ficou um poooouco mais clara (!) com o lançamento final dessa “ação”, hoje.
A mensagem geral é que vem aí o terceiro disco de Rubel, em que ele se propõe a responder musicalmente e com uma penca de convidados bem especiais a real pergunta do vídeo: “Do que é feito o Brasil?” Esse novo álbum, duplo, se chama “As Palavras: Vol. 1 & 2” e tem lançamento marcado para 3 de março.
O trabalho sucede o celebrado “Casas”, de 2018, que viu o cantor do Rio ir rapidinho de um nome novo da CENA para um artista reconhecido na música brasileira. E não há melhor indicador de tanto do que os mais de 2 milhões de ouvintes mensais só no Spotify, que reforçam que Rubel tem um espaço diferenciado na MPB contemporânea. Esse espaço se materializa nas colaborações que o músico vem fazendo ao longo dos anos.
Nos últimos tempos, um envolvimento que marcou seu caminho foi com a saudosa Gal Costa, com quem gravou dois duetos, “Baby”, em versão ao vivo, e “Coração Vagabundo”, para o último álbum da cantora, o “Nenhuma Dor”.
Assim com a sua performance no último show em si de Gal, no Coala Festival, e sua subsequente participação na linda homenagem a ela feita pela Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo, na Sala São Paulo, apresentações que reforçaram o posicionamento de Rubel como um dos novos súditos da MPB tradicional, mas que com o disco novo ele parece querer expandir a definição do que é música popular no Brasil.
Seu segundo trabalho já contou com as participações muito bem executadas de Emicida e Rincon Sapiência, artistas que mostraram a predileção de Rubel por expandir as barreiras do que pode fazer parte da MPB. Mas em seu novo “superdisco” o músico carioca almeja reunir em dois volumes uma definição compreensiva, e muito interessante, do que realmente é a pegada musical nacional contemporânea em todo o seu tamanho e diversidade.
Alguns já estão chamando o novo álbum de “Os Vingadores” da música brasileira, em alusão ao filme da Marvel, e tendemos a concordar que não há definição melhor para um trabalho que contará com participações de Milton Nascimento, Xande de Pilares, Tim Bernardes, Gabriel do Borel, MC Carol, BK, Liniker, Luedji Luna, Bala Desejo, Ana Caetano, Mestrinho e da dupla de DJs Deekapz. Um disco que daria um belo line-up de festival.
Agora que temos toda essa expectativa, só resta esperar o lançamento de “As Palavras: Vol. 1 & 2”, de Rubel, para daqui 20 dias.