* A diversidade da cena independente brasileira é tamanha que dentro das muitas cantoras femininas que ela produziu, a grande maioria num direcionamento vocal inclinado à velha-nova MPB, podemos pinçar como exemplo duas de timbres personalíssimos, “diferentonas” do rolê indie brazuca, de uma identidade vocal quase que só delas. Uma é a catarinense Gab Ferreira, já meio que pop star aos 20 anos, mas que consegue se livrar de amarras perigosas, canta em inglês (com algumas exceções) e parece ter saído de um filme do David Lynch.
A outra lançou um disco na última sexta-feira. Vivian Kuczynski, 16 anos apenas, é curitibana e colocou seu álbum “Ictus” em todas as plataformas digitais, estampado pelo selo da Balaclava Records. Suas músicas, de autoria própria e em português (tem uma em inglês), são delicadas e flertam com produções gringas, num registro que se distancia um pouco do que rola na nossa CENA atual. Mais para Anohny (ex-Antony) do que para Tiê.
Suas letras são intensas e algo rebuscadas, como a de “Brasil”, faixa que abre o disco:
“Como mudar se toda terra renasce em choro?/ Alago o chão de todo o muro estando em pé / Glorificamos todos os ternos mesmo sujos/ Fácil iludir, toda a culpa queima muda”.
O vídeo duplo das canções “Mesmo Lugar”e “Ictus” saiu no começo do mês e ilustra bem o que é o som da Vivian Kuczynski. Confira abaixo, vídeos e disco. E a voz especialíssima de Vivian.
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