CENA – Outra da espécie: viagens chapantes e psicodelia moderna na estreia dos Mineiros da Lua

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* Direto da prolífera Belo Horizonte, a Popload apresenta hoje, com exclusividade, o primeiro disco dos Mineiros da Lua, “Turbulência”. Uma mistura de psicodelia moderna com longos instrumentais viajantes que foram abraçados pelo selo La Femme Qui Roule, o mesmo de Teach Me Tiger, Moons e do menino JP Cardoso.

Bom, se você viu o MAPA DE BELO HORIZONTE, você vai entender o rolê.

Esse lançamento puxado pelo selo também mineiro, com sotaque belga, está chegando com cinco faixas que se completam e criam uma transição chapante entre uma e outra. O disco abusa das referências aos colegas de cena psicodélica (tipo os Boogarins, hoje nossa referência indie-psicodélica mor), além de economizar nos vocais e trazer longos instrumentais cheios de camadas e efeitos.

Esse paralelo entre psicodelia, pós-rock e até poesia vem de uma amizade de quase 10 anos entre Diego Dutra, o baixista, Elias Sadala e Haroldo Bontempo, guitarristas, e Jovi Depiné, o baterista. O quarteto vai fundo em suas experiências cotidianas para narrar cada uma das letras e usa um estilo menos cantado na forma como traz a voz em cada faixa, quase uma poesia musicada. Na real, é a mesma toada: tudo sempre começa com uma boa introdução de guitarras que lembra uma banda gringa velha, até que um vocal de moleque novo entra para cantar, falar, desconstruir.

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Das muitas camadas que eles trazem nos mais de 20 minutos de disco, o som pode agradar quem gosta das viagens do Tame Impala, do groove do Badbadnotgood e até das guitarras pesadas do Beach Fossils. Nessa mistura toda, a banda encontra uma forma menos encaixotada de trazer seu som nesse disco de estréia, já deixando sua marca logo de cara e desenhando possibilidades para próximos lançamentos.

Veja bem, esse derrame de influências e estilos acima supercaberia para uma banda como, sei lá, o War on Drugs, tarimbada e já no quarto disco. Mas, no caso do Mineiros da Lua, estamos falando de uma banda cujo integrantes têm entre 17 (Jovi) e 20 anos, o mais velho (Elias).

Se BH já vinha trazendo boas surpresas na cena indie dos últimos anos, com certeza não só não vacila com a estréia dos quatro Mineiros da Lua como pode estar apontando o futuro, com tudo o que está envolvido aqui. Uma banda para manter no radar e acompanhar de perto, pois “Turbulência” já rascunha o que pode estar vindo por aí na interessante nova safra mineira. E, somado a uma coisinha do Sul aqui, uma do Centro Oeste ali, uma do Norte acolá, do que está vindo na própria boa safra brasileira.

** As fotos do Mineiro da Lua deste post e da home da Popload são de autoria de Matheus Schlittler.

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