CENA – O ressurgimento lindo (e doloroso) de Marina Gasolina

Marina Vello, mais conhecida como Marina Gasolina, ou vice-versa, finalmente apareceu depois de um longo e difícil inverno que misturou Paris, Drogas, a limpeza delas, Curitiba, Bonde do Rolê, Madrid (o duo com Adriano Cintra).

Desde 2014 fora de cena, e da CENA, ela volta agora com um single lindo de morrer, que tem um vídeo lindo de morrer, o que nos deixa apreensivamente esperançosos com seu próximo álbum, usando o nome-de-guerra Marina Gasolina.

O single lançado nesta semana é “Struck”, capa acima. O disco cheio será o inédito “Dispopia”, que sai no final de novembro. No meio, ainda vai ter um outro single, “Know Nothing”, que será revelado em 1º de novembro.

Todo esse material novo de Marina é deste divisor 2014, quando ela se retirou para dentro de si mesma em vez de botar esse disco para fora.

Que sai agora, em 2022, mixado e remasterizado por Rafael Panke (da importante banda Ruído/mm, da mesma Curitiba de Marina). “Dispopia”, o álbum, assim como o single de agora e o do futuro próximo, segundo a cantora, “é uma obra sobre luto, pulsão de morte, uma ode às drogas e ao fim do mundo.  Ao fim de tudo”.

“Struck”, o novo single, é como o disco dolorido e lindo na mesma intensidade. O vídeo, dirigido por Fernando Nogari, que já assinou trabalhos para Selena Gomez, Ladytron, Luisa Sonza e para a pópria Marina, eleva o sarrafo da produção visual da música brasileira.

Foi filmado como cinema em Petrova Gora, na Croácia, num lugar abandonado chamado Monumento ao Levante do Povo de Kordun e Banija,  construído  onde houve um hospital partidário durante a Segunda Guerra Mundial.

É um símbolo icônico da luta antifascista, resistindo contra os nazistas durante todo o período. Mas, durante as guerras separatistas da Iugoslávia nos anos 90, o local foi usado novamente como hospital, agora para os feridos sérvios, povo acusado de genocídio de mais de 100.000 croatas e bósnios no início da década de 90.

E, diante dessa enormidade histórica do lugar, o vídeo retrata também o momento bem pessoal de Marina Gasolina à época.

>>