CENA – O mundo que gira em torno do DoSol, do Rio Grande do Norte, talvez o maior festival indie… do mundo?

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cena

* Festival indie colossal brasileiro, que exprime bem o atual vigor da CENA alternativa brasileira, o grande DoSol acabou pequeno agora no domingo passado em Santa Cruz (RN), depois que sua programação total teve uns 150 nomes, alguns internacionais, e percorreu 14 cidades de cinco estados nordestinos. De origem potiguar, realizado nestes 15 anos a partir de Natal, o Festival DoSol aconteceu, além de Natal, em outras cidades do Rio Grande do Norte, Recife, três cidades da Paraíba, Aracaju, Sergipe e Fortaleza.

Tinha planejado ir ao DoSol 2016 de Natal, mas não consegui. Por isso pedi para o agitador master da cena nacional, o goiano Fabrício Nobre, dar um parecer para a Popload sobre a edição deste ano do evento potiguar-interestadual-internacional. Fabrício, organizador do também importante Bananada, de Goiás, faz parceria com o DoSol para representar a cena brasileira independente no enorme Primavera Sound, de Barcelona.

Achei que o Fabrício já tinha visto de tudo no indie nacional. E me surpreendi que até ele se espantou com o tamanho (em vários sentidos) do festival de Natal e adjacências. Não foi, Fabrício?

camarones

Você tem 20 e poucos anos e mora em Natal, ou em outra cidade do Rio Grande do Norte, ou mesmo em João Pessoa, Aracaju, ou ainda Recife e Fortaleza, e gosta de música indie brasileira. Você certamente tem uma agenda anual obrigatória para cumprir no início de novembro. Você tem que irao festival DoSol.

Depois de visitar o evento por anos seguidos, fiquei sem viajar de Goiânia para Natal de 2012 até este ano, e o que vi agora, comparecendo à edição 2016 do DoSol, me impressionou demais. A rua Chile é a mesma, os galpões malcuidados da Ribeira continuam iguais e dão um clima rocker para deixar a molecada maluca por um show bem barulhento, como sempre, há mais de uma década.

Mas o que mudou, e muito, é o nível das bandas na cena criada em torno do DOSOL (e da dupla Anderson Foca e Ana Morena, seus produtores, foto). A evolução é brutal: tem a banda deles é claro, os padrinhos Camarones Orquestra Guitarrística (foto), e tem o psicodelico pesado Koogu, os ultrapop Plutão Já Foi Planeta, os locais-internacionais Mahmed, tem rock de rockeiro dos Monster Coyote, tem performance ao vivo excelente do Kung Fu Johnny, tem o fofo Luiza e Os Alquimistas, o minimalista Fettutines, tem punks Joseph Little Drop e Five Minutes to Go, os “veteranos” Du Souto, os já experientes Talma & Gadelha e por aí segue.

Ah… e o conhecido Far From Alaska, que não estava tocando no festival, mas estava por ali, curtindo a cena e fazendo after-shows!

Todas estas bandas citadas são de Natal-RN, tocam sempre ali na Ribeira, e são do caralho. E várias delas já estão circulando o mundo todo. Isso é o que mais impressiona do DoSol. Claro que os shows ditos principais, de Tulipa Ruiz, O Terno, Felipe Cordeiro, Hellbenders, Merda, todos foram bons e tal. Mas o que faz a gente ficar intrigado e feliz é voltar ali depois de anos e poder ver o quanto a cena de música que gira em torno do DoSol está madura, pronta para receber o mundo inteiro na Ribeira ou na praia de Ponta Negra. E, também, pronta para correr mundo afora!

* A foto da home da Popload é da banda Mahmed, de Natal.

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