* Tradicional banda veterana da música independente brasileira, tanto em cima do palco quanto nos agitos por trás dele, o grupo Wry, de Sorocaba, interior de SP, recentemente lançou um disco novo, o heróico e esquisito, “Noites Infinitas”, o sexto de sua perserverante carreira que nasceu nos anos 90 e já ganhou “etapa inglesa” num certo período.
Por que heróico, por que esquisito? Depois de muitos e muitos anos cantando em inglês as suas músicas indie-showgaze, o Wry resolveu arriscar letras em português, para embarcar no enorme e rico bonde da CENA brasileiras atual, que fala a língua local e não vê nenhum problema nisso. Porque se o Boogarins tem uma bela carreira internacional de festivais cantando em português nesse mundão globalizado…
Bom, “Noites Infinitas”, dois álbuns em um, cinco faixas em inglês, cinco em português, saiu agora em novembro e por conta de tudo que está acontecendo no planeta a gente não tinha conseguido ver o Wry ao vivo cantando suas letras tupiniquim-brazucas na língua de Camões.
Porque ao vivo a banda se segura bem, pelos anos de estrada. E uma coisa, a gente sabe, é ouvir uma música na frieza das plataformas de streaming, outra é ouvir tocando no calor de uma rádio, outra é ver num fervente show ao vivo, outra ainda é ver ao vivo, ok, mas desde uma live na frieza do computador blablablá. Quente e frio que influenciam gostos na música hoje em dia.
Pois no último fim de semana, num festival local lá em Sorocaba, o Febre, em sua segunda edição, teve em sua noite de encerramento online um show gravado do Wry, de pouco menos de duas horas, mas músicas em português e inglês, para a gente testar a nova fase da banda, que é de certa forma um retrato do momento da CENA nacional de hoje em dia, nas questões de ser boa ao vivo ou não, de cantar em português ou não, enfim.
Wry live, ao vivo, para nos depararmos com os diálogos pertinentes da música independente atual. Para sua apreciação.
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