* A música já entrou direto no Top 50 da CENA brasileira, publicado hoje aqui na Popload. Mas ganha post completo agora, ainda mais porque ao single vem atrelado um importante vídeo filmado na tribo Krukutu e na avenida Paulista, em São Paulo, que precisa ser visto e pensado, à luz da onda de protestos legítimos que varre o planeta.
Em seu novo single, o rapper indígena Kunumí MC (acima), nome artístico de Werá Jeguaka Mirim, fez um hip hop sobre a luta dos povos indígenas no Brasil, chamado “Xondaro Ka’aguy Reguá (Forest Warrior)”.
Fã de Racionais e de Criolo, Kunumí MC tem dois discos já lançados: o EP de estreia “My Blood Is Red”, de 2017, e o álbum “Todo Dia É Dia de Índio”, de 2018. Mas agora, com o novo trabalho e a produção assinada por Fadel Dabien, está botando Kunumí em uma outra liga do rap nacional.
O vídeo desta “Xondaro Ka’aguy Reguá (Forest Warrior)” foi produzido e dirigido por Bruno Silva e Gabe Maruyama, da Angry Films.
A nova música fala sobre um guerreiro que nascerá das águas e “levará o seu povo a uma nova existência” após os anos de tanta exploração dos homens brancos. E, para além dos conceitos oportunos, é um rap bem bom e emocionante até, principalmente juntando o vídeo no pacote.
“O vídeo tenta mostrar a diferença que é para o indígena entre viver na aldeia e na cidade. Aqui, na aldeia, o indígena vive melhor, porque esse é o nosso lugar. Não só o nosso lugar, mas deveria ser o lugar de todo mundo, né? A natureza, né?”, diz Kunumí.
Segundo a galera da Angry Films, que dirigiu o vídeo, ele é “uma homenagem a todos os povos indígenas do Brasil e do mundo, e também um manifesto à liberdade criativa que os permite, como seres humanos, tomarem suas decisões individuais como cantar rap, escrever livros, ter uma carreira, transitar por outras culturas e, mesmo assim, não deixam de ser indígenas”.
Sobre a letra de “Xondaro Ka’aguy Reguá (Forest Warrior)”, Kunumí explica: “É uma letra forte, fui eu que a escrevi, mas as palavras não são minhas, né? Junto comigo vem a ancestralidade, o meu povo sofrido, e isso me faz fortalecer e a cantar mais e mais, não desistir. Quando eu canto, não canto sozinho”.
“Xondaro Ka’aguy Reguá (Forest Warrior)” se enquadra num certo futurismo indígena, que seria uma junção da musicalidade tribal com ritmos atuais, como o trap e o reggaeton. A canção tem a produção de Fadel Dabien, que misturou samples de violino indígena e batidas de trap ao canto guarani.
Veja o vídeo da impressionante “Xondaro Ka’aguy Reguá (Forest Warrior)”
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