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* A gente anda dizendo aqui que a CENA indie brasileira está bombando como nunca bombou, tal e coisa, porque está mesmo, um momento claro para quem viveu o underground paulistano desde os anos 90 e, hoje, consegue somar 1 mais 1. Mas nunca imaginei que ia me deparar com uma de suas mais fortes constatações, como o que foi revelado hoje pelo jornal “Folha de S.Paulo”, um dos principais do país.
Está manchetado na capa da Ilustrada, o caderno de cultura: “Bonde do MBL”, com a chamada explicativa embaixo dizendo “Surpresa! Um dos fundadores e líderes do movimento de direita também é cantor do irreverente grupo musical Bonde do Rolê”.
Pedro Ferreira, um dos fundadores do Movimento Brasil Livre, fundado em 2014 e considerado importante no impeachment da presidente Dilma, é também Pedro D’Eyrot, um dos vocalistas do anárquico grupo indie-funk porraloka Bonde do Rolê, um dos mais intensos nomes da cena independente brasileira com louvável repercussão na cena americana e inglesa nos anos 2000, junto com o Cansei de Ser Sexy.
O MBL foi o principal responsável pela convocação das manifestações do dias 15 de março e 12 de abril de 2015 pró-impeachment. No wikipedia consta que o movimento foi definido pela importante revista inglesa “The Economist”como “composto por aderentes do thatcherismo e foi fundado para promover respostas do livre mercado aos problemas do país”. Já segundo o jornalão espanhol “El País”, o MLB é “formado em sua maioria por jovens com menos de 30 anos, e seus integrantes são conhecidos pelo estilo de suas roupas e por seus discursos incisivos, sendo comparados a uma banda de indie rock”. Bingo!
Já a revista nacional “Época” apontou, nos protestos de 16 de agosto de 2015, que Kim Kataguiri e Fernando Holiday, duas lideranças do movimento, foram recebidos pela população como estrelas da política brasileira.
O Twitter, na parte que toca ao indie, quase caiu hoje de manhã com a revelação da “Folha”. O jornal traz uma entrevista com Pedro Bonde dizendo que manteve segredo de sua identidade na atuação política para não misturar as coisas. “O MBL precisava encontrar seu próprio caminho, sua própria linguagem. Eu já era uma pessoa pública e, no imaginário dos fãs da banda, minha essência encontrava-se já cristalizada. Não me parecia justo mesclar essas realidades. Naquele momento, parecia-me que meu trabalho seria muito mais bem empregado nos bastidores.”
Pedro, sobre a vida dupla: “Essa dualidade sempre existiu. Viver cotidianamente o personagem Pedro do Bonde é insustentável para mim. Na vida privada, sempre fui uma pessoa calma, analítica. Pedro D’Eyrot sempre foi nome artístico. Nunca tive a intenção de usar essa persona para alavancar a projeção política do MBL”.
Segura o indie, Brasil!
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Babaca
A banda sempre foi um lixo, não dava para esperar muito.
Babaca é você,comunista de iphone.