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* Não, não vou citar Los Hermanos nesta altura do campeonato, né?
* O cenário é de um daqueles yards americanos abertos, mas fechado. Tem barbearia, estúdio de tatuagem, maquiadores, lojinhas fashion, bar do Mandíbula e quadra de basquete. E DJ tocando. E banda tocando. É quase uma block party. Na “guerra de verão” das cervejas por agitos musicais a Budweiser montou um interessante playground jovem na Barra Funda, em São Paulo, que já funciona há vários dias. Neste domingo teve Carnaval e psicodelia, com o aval curador da atuante marca MECA e do selo-agito Balaclava Records.
O responsável pela parte da “folia” foi a banda indie-tropical com ginga axé Holger, veterana já da CENA, mas com um público cada vez mais jovem e “atuante”, carnavalescamente falando. E participativo.
Foi um dos shows mais “alto-astral” que eu assisti no indie brasileiro nos últimos tempos. Galera cantando tudo, subindo no palco, banda inspirada e muito feliz.
O Holger tem 10 anos de estrada. E parece que esse clima alegre de guitarra “Chiclete com Banana meets Nile Hodgers” tem prazo para acabar. O fim deve ser com o lançamento neste ano, no segundo semestre, do seu próximo álbum, que começa a ser gravado em junho. A banda tem perto de 20 músicas prontas desde o ano passado. E o perfil delas é de um som mais cru, mais Holger “do começo”.
“A idéia é permanecer o mais cru possível. Mais rock. Com músicas talvez não tão veraneias quanto o resto da carreira do Holger”, disse o doutor Marcelo Altenfelder, um dos vocalistas e instrumentistas da banda.
“Queremos esse disco assim, tanto pelo que podemos entregar quanto pelo momento que vivemos. Sempre fomos muito detalhistas e sempre buscamos discutir minuciosamente tudo. Dessa vez a idéia é tentar permanecer o mais cru possível. O momento todo é muito cru. O verão acabou. A crise chegou. A idade chegou.”
O próximo disco não vai ter convidados nem produtor externo. “É um disco que precisa ser rápido e nosso. Ainda não tem nome, mas a pegada é mais próxima do que é o Holger ao vivo. Devemos ir tocando as novas nos próximos shows. Começamos a ensaiá-las na última semana. Não vamos esconder o disco. Aliás a idéia é ir testando ele aos poucos até junho, quando vamos gravar no sítio do Gui Jesus Toledo (estúdio Canoa)”, conta Pata.
“Estamos completando 10 anos de banda. É bom se sentir livre. Até o disco ficar pronto, vamos fazendo shows, sangrando o dedo etc.”
Um pouco do Holger tropical pré-Carnaval, de ontem, no Budweiser Basement, na Barra Funda!
** A foto deste post e a da home da Popload são de Raul Aragão, do I Hate Flash.
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