CENA – Eliminadorzinho contrapõe a calma e a fúria no single “Cinza e Carmesim”

Eliminadorzinho. Da esquerda para a direita: Tiago Schützer, João Haddad e Gabri Eliott. Foto: Pedro Malta, com edição de Sarah Ahab

Acaba de ser lançado o single “Cinza e Carmesim”, última revelação antes da estreia do disco novo da Eliminadorzinho, álbum que esta previsto para ainda neste ano sem data anunciada.

Formada em 2016, a banda paulista, formada pelo trio Gabri Eliott (voz e guitarra), João Haddad (voz e baixo) e Tiago Schützer (voz e bateria), já é até bastante conhecida na CENA de SP. E, com esses singles apresentados (teve “A Cidade É uma Selva”, de maio), o Eliminadorzinho dá pinta de trazer ainda mais novidades ao seu característico som pesado e distorcido, ampliando sua pegada emo. 

Mais especificamente sobre a faixa “Cinza e Carmesim”: a canção, potente, mistura sensações de calmaria e de fúria, que se materializam na discrepância entre a voz suave nos versos e a explosão do canto no refrão, que passa de um quase sussurro para um grito, tudo isso acompanhado do instrumental, que cresce e invade o espaço através das guitarras.

Capa de “Cinza e Carmesim”. Arte por Flavushh e design gráfico por Tiago Schützer, baterista da Eliminadorzinho, e Yasmin Kalaf

A mensagem da letra da música é interessante porque explora, em conjunto ao som, essa dualidade entre um algo mais sutil e um outro mais intenso. O título já trata, de cara, sobre essa oposição: “Cinza e Carmesim”, a primeira é uma cor mais corriqueira e, talvez, sem graça, e a segunda é uma cor forte, mais incomum e, até, mais bonita. Liricamente, a canção transmite, de forma direta e visceral, uma melancolia, que é “colocada para fora” por meio do arranjo potente e destemido.

A capa também remete a essa ideia, com os desenhos rosa em formas mais arredondadas e bem definidas, enquanto os desenhos em azul escuro são desordenados e transparecem sensações de caos e de tristeza, inclusive com o rabisco de algo que parece ser um rosto chorão.

“Essa é uma composição sobre transicionar. É sobre a pulsão de vida e sobre transformar a tristeza e o ódio em uma força construtiva”, explica Gabri Eliott.