O indie sofre, e não é só quando toca uma música emo. Mas agora, com o anúncio da escalação de bandas do Balaclava Fest, pode-se dizer que o indie sorriu.
No atual status quo dos festivais internacionais no Brasil, um evento como o do selo Balaclava, ainda que em sua 13ª edição, se viu estrangulado pelos “grandes”, que têm cada vez mais recheado seu meio e sua parte de baixo do pôster com atrações independentes.
O que causa dois efeitos não tão fáceis para os festivais indie-true. Primeiro que o núnero crescente de festivais grandes acaba “roubando” muitas das atrações que caberiam lindas nos festivais pequenos. Em vez de ser protagonista num Balaclava Fest, por exemplo, esse nome serve apenas de recheio num megafestival, se apresentando, ainda por exemplo, num horário tipo 16h de uma sexta-feira.
((Em 2022, no Lollapalooza Brasil, o grupo americano Turnstile, que poderia ser um headliner no Balaclava Fest, tocou às 14h45 da sexta-feira))
Segundo que, com um porte financeiro maior, o festival grande acaba inflacionando o mercado de bandas pequenas, que passam a esperar uma generoooooosa oferta de um evento brasileiro de porte em vez de aceitar o quanto pode pagar um festival feito “no suor”.
Tudo isso para dizer que é muito louvável o line-up que o Balaclava Fest apresentou, para a edição 2023 que acontece no dia 19 de novembro em São Paulo, no Tokio Marine Hall, e já tem os ingressos a venda. A capacidade do lugar, que vai ter dois palcos, é de 4 mil pessoas.
Sem abrir mão de seu perfil, o festival traz ao país seis bandas gringas, puxadas pelo grande grupo neozelandês Unknown Mortal Orchestra, do cantor e guitarrista Ruban Nielson, a atração headliner.
O pôster do Balaclava Fest, que você pode ver imponente (dadas as circunstâncias) aí embaixo, tem ainda a algo cultuada banda indie-emo American Football com letras grandes; a esperta banda de às vezes folk às vezes soul alternativo Whitney, de Chicago.
Se a escalação ficasse aqui, completada pelas duas boas brasileiras (e curitibanas) Terraplana e Shower Curtain, a banda da Victoria Winter, já seria um belo Balaclava Fest. Mas tem bem mais.
O incrível trio americano Thus Love, de guitarras punk absurdas e vocais lindamente descontrolados de Echo Mars, é outro grande acerto do Balaclava. Outra característica marcante do Thus Love (foto na home) é que seus integrantes são transgêneros das mais variadas opções. Já contamos sobre isso aqui.
Da Austrália vem ainda a especialíssima cantora de dream pop Hatchie. E, para completar, o belo trio indie-electro inglês PVA.
Abaixo, o valioso poster da 13ª edição do Balaclava Fest. Bravíssimo!
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* A foto da banda Thus Love que ilustra a chamada da home da Popload para este post é de Ebru Yildiz.