Ele é o nosso Childish Gambino, na musicalidade, na rima, nos visuais. O rapper paulista Edgar lançou hoje o single-vídeo para a absurda “Incapturável”, música de seu recentíssimo novo disco, “Universidade Favela”.
Para gravar o álbum, Edgar afirmou que precisou voltar a morar na Favela do Coqueiro, em Guarulhos, durante a pandemia – o que combinou com uma sensação do compositor paulista de que tinha perdido a “comunicação com o seu cerne”.
Essa reconexão com as origens de Edgar pode ser vista não só no disco no geral como em “Incapturável”, na música e principalmente no vídeo. A letra tem tantas camadas, é tão geral ao mostrar Edgar no seio de sua favela ou ganhando o mundo (em Cristiania, na Dinamarca), em inglês e português, que é difícil pinçar as rimas mais legais. Então confere ela toda, aqui abaixo. E veja como ela se insere no vídeo. Coisa linda.
Em Cristiania eu fui aquele dia
Comprei erva e cerva de bike pela Dinamarca
Eu quero várias marcas
Labels caras
Corpo cabide, corpo calibre
Corpo dinamite
O corpo é a pauta
Vi a neve, parça
Era só o que me faltava
Porque um vulcão
Em erupção
Eu vejo todo dia lá na minha quebrada
Igual o violinista do Titanic
Até o Brad Pitt
Tem bad trip
O mundo pode até perder o pique
Mas eu não, eu não
De Salvador a Sérvia
Eu não vejo confusão
Vou tranquilo no avião
Fazendo a reunião com uma gata no Japão
Agilizando o próximo feat
I am very busy, busy
You can see, you look around me
My ancestrals make everything happen
Look like easy
But, no, no, no
Just me, no
Just me, no
Uns sempre perguntam
Tu trafica ou tu rouba?
Isso é inveja
Tá ligado, nós é foda
Nós é zika
E todo ano tá na Europa e te incomoda
Essa é pra você
Que quer fica suave
Que tá começando agora
Ou que já bateu a nave
Essa é pra você
Que quer ficar suave
Que tá começando agora
Ou que já bateu a nave
Bota fé no teu trampo
Bota fé no que tu faz
Bota fé que tu é foda
Deus protege e ninguém toca
Bota fé no teu trampo
Bota fé no que tu faz
Bota fé que tu é foda
Deus protege e ninguém toca, vai
Tatá tu, tatá tu
Tatá tu, tatá tu
Tatá tu, tatá tu
Tatá tu, tatá tu
A minha correria eu faço todo dia
Orgulho da quebrada, sem levantar a quadrada
Fazendo vários corre bolado
Mocado no banco detrás do carro
Eu sou muito caro, eu sou muito raro
Cuidado, porque se eu começar
Eu não paro, a noite eu varo
E encaro como eu sou
Incapturável
Sempre elevo o nível
Inconfundível
Como se fosse um míssel
Incoerente
No seu presente
Incompatível
Cavalo marinho
Inconsequente no mar de gente
Inconstantemente nunca tô sozinho
Pros inimigo, tô intocável
Incapturável
Sem tempo pra tristeza
A vida pode ter finais felizes
É minha correria que
Me leva pr’outros países
Mas se eu ficar parado em perdizes
Sempre vai ter alguém pra duvidar do meu trabalho
Ou um filha da puta
Pra me acusar de algum crime
Uns sempre perguntam
Tu trafica ou tu rouba?
Isso é inveja
Tá ligado, nós é foda
Nós é zika
E todo ano tá na Europa e te incomoda
Essa é pra você
Que quer ficar suave
Que tá começando agora
Ou que já bateu a nave
Essa é pra você
Que quer ficar suave
Que tá começando agora
Ou que já bateu a nave
Bota fé no teu trampo
Bota fé no que tu faz
Bota fé que tu é foda
Deus protege e ninguém toca
Bota fé no teu trampo
Bota fé no que tu faz
Bota fé que tu é foda
Deus protege e ninguém toca, vai
Tatá tu, tatá tu
Tatá tu, tatá tu
Tatá tu, tatá tu
Tatá tu, tatá tu
You can see, you look around me
My ancestrals make everything happen
Looks like easy
But, no, no, no
Just me, no
Just me, no
I am very busy, busy
You can see, you look around me
My ancestrals make everything happen
Looks like easy
But, no, no, no
Just me, no
Just me, no