
Foi um dos álbuns mais comentados da CENA em junho de 2024, presentes em tantas listas de melhores do ano e, depois de um show de estreia esgotado no teatro do Sesc Pompeia em setembro, criou-se uma atmosfera de must-see em torno de “Maria Esmeralda”, nome do disco que já se confunde como “nome da banda” sem ser banda, o criativo projeto de Thalin, Cravinhos, Pirlo, VCR Slim e Angelo (iloveyouangelo), um quinteto que também não é um quinteto, mas sim uma “união de expertises”.
E desde então o Maria Esmeralda, ou o “Maria Esmeralda”, já está desbravando o Brasil, seja em festivais clássicos porém diferentes como o pernambucano Rec Beat e o carioca Novas Frequências ou abrindo para nomes icônicos do rap, tipo FBC em BH.
E chega forte, numa espécie de clímax dessa trajetória, em maio com uma esperada apresentação dentro da programação do C6 Fest, no Parque Ibirapuera, em SP.

Recontando um pouco a história, a primeira colaboração entre eles ainda gera muitas dúvidas entre o público. Boa parte dos ouvintes acha que Maria Esmeralda é uma pessoa real, uma mulher.
“Maria Esmeralda é uma personagem completamente fictícia que a gente criou para o disco. Acho que foi a maneira que os cinco encontraram de se conectar entre si e com o objeto do álbum”, explicou VCR Slim para a Popload.
Para além da figura de ficção, o maior conceito do álbum são as dualidades emocionais da vida. O que levou Thalin a completar a explicação de VCR Slim assim: “A obra inteira vai passando por essas sensações antônimas, […] pelo amor que vira ódio, pela raiva e pela serenidade também”.
Talvez o que seja mais envolvente neste álbum é exatamente essa dualidade que os artistas impuseram à personagem da Maria Esmeralda, sob a qual desenvolveram as músicas na pegada da tragédia anunciada. Para VCR Slim, é a velha história de “algo que você vê que está dando errado e mesmo assim você não se esforça para que não aconteça. Você deixa a tragédia acontecer, deixa as coisas escaparem pelos seus dedos”.
Da concepção do projeto até chegar aos streamings foram dois anos de muito trabalho e pesquisa. Um dos principais desafios foi unir as capacidades e diferenças criativas dos cinco artistas.
Uma vez no mundo, o álbum ganhou muita atenção. “A partir dessa repercussão, a gente quer rodar o máximo possível, no máximo de lugares dentro do Brasil, fora do Brasil. E isso pode demorar um ano. E pode ser também que daqui um ano a gente fale, ‘Putz, acho que a gente já fez o que a gente podia fazer’. Mas pode ser que façamos daqui a dois, três anos.”
Sobre a apresentação no domingo do C6 Fest, Thalin destacou um ponto importante durante nossa conversa, que vai tornar o show mais especial ainda e também uma responsabilidade extra para eles: “Só vão ter quatro artistas no palco [naquele dia], e acho que a gente vai ser os únicos nacionais naquele palco.”
E como vai ser esse show? Diferente, se é que entendemos. “Será algo que está evoluindo junto com a gente neste momento, […] Eu acho que não basta a gente só repetir sempre o mesmo show, eu acho que tem que ser algo que faça sentido com a situação”, disse Thalin, trazendo um certo enigma para essa expectativa. Vai ter que estar lá para ver.
Quanto ao futuro do projeto, tem alguns poréns que dependem do entendimento do conceito em si. Os cinco artistas não se definem como banda ou coletivo, e Cravinhos deixou claro que “as pessoas não podem esperar um Maria Esmeralda 2, ou um Maria Esmeralda Deluxe”.
“Mas com certeza a gente vai continuar trabalhando. Seja nós cinco, ou dois de nós, ou três de nós.”
Veja abaixo, em vídeo, a entrevista completa com os autores do projeto “Maria Esmeralda”.
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* O disco “Maria Esmeralda” acontece ao vivo no domingo do C6 Fest, no dia 25 de maio, dentro da terceira edição do festival paulistano, que será realizado no Parque Ibirapuera (SP) desde o dia 22/5, a quinta anterior, até o domingo 25. Com seus dois primeiros dias numa pegada jazz (já de ingressos esgotados) e com suas atrações pop, indie, eletrônica, brasileira no final de semana. Wilco, Pretenders, Air, Gossip, Nile Rodgers (e seu Chic) e as bandas novas inglesas Last Dinner Party e English Teacher são alguns dos nomões a se apresentar no parque. Ingressos (ou o que restam dele) podem ser encontrados aqui.