O que aconteceu com Belo Horizonte nos últimos anos, hein? Foi os porres de Xeque Mate, será?
A cidade da Supercopa (hummmm!), capital da linda Minas Gerais, foi de um passado musical difícil para quem não curtia pop ou bandas covers para um presente que nos permite chamá-la, até, de “principal cidade da música brasileira hoje” (junto com Salvador, ok), representada pela absurda cena rap (Oi, Djonga, FBC, Ogoin & Linguini!), a eletrônica sempre esperta (não é, Omoloko?) e ao indie supercriativo da falada Geração Perdida (ou aqui).
Isso tudo sem mencionar, por exemplo, a cena de festas e a do mais vibrante Carnaval de blocos do país. Vamos ficar por aqui nas referências.
BH também prepara seu futuro. E o exemplo disso aqui é o crescente falatório para cima da garota Clara Bicho, essa aí embaixo. E ela, de voz única, devolveu recentemente ao lugar que a forjou um novo single. O seu segundo single da vida: “Luzes da Cidade”. Cantora e BH, uma iluminando a outra.
A arrasadora “Luzes da Cidade”, da menina que só tinha uma música nos streamings (“Tarde”) até o último dia 5 de janeiro deste principiante 2024, foi logo para alto pódio do Top 50 da CENA, semana passada, no nosso primeiro ranking do ano.
Em 2022, depois de acompanhar de um jeito familiar há tempos os processos da galera da Geração Perdida, coletivo e movimento artístico de jovens de Minas Gerais e não só de Belo Horizonte, Clara Campos, a Clara Bicho, então com 21 anos, decidiu seguir os passos do irmão GÊMEO dela, Gabriel Campos, e gravar algumas de suas composições.
Para a jovem artista, seu jeito de composição é algo mais individual: é apenas ela e seu violão. Mas seu irmão é uma figura importante no quesito produção e arranjo, e uma vibe meio Billie Eillish mineira surgiu, pois os dois se fecham no quarto de Clara para produzir suas músicas.
E assim nasceram seus primeiros singles, “Tarde” (outubro de 2023) e “Luzes da Cidade”. No caso de “Tarde”, por exemplo, Clara contou à Popload que a música saiu quando os dois só sentaram “e pegaram um domingo para experimentar de forma bem despretensiosa e natural”.
Os dois únicos singles de Clara são sobre momentos seus muito pessoais, ela diz. “Comecei a gravar minhas músicas sem muitas intenções, mais para mim mesmo. Se alguém gostasse, ok. Mas fiquei feliz com a recepção.”
Quando perguntamos sobre suas referências, tal como a jovem da geração Z que é, Clara mencionou o amplo acesso à internet ao longo de sua vida, que proporcionou contato fácil com informações musicais que vão de Ana Frango Elétrico a Marcos Valle aos hits do City Pop japonês.
Animada com a repercussão inicial de suas músicas poucas, Clara, que já começou a gravar seu primeiro EP, com o objetivo de lançá-lo por volta de maio. “Guardei minhas melhores músicas para o EP”, disse Clara.
Seguindo um caminho similar a muitos dos novos artistas da CENA, Clara deve lançar ainda alguns singles antes do disquino sair. “Cada um de um gênero: um mais dançante, outro mais rock, um até mais psicodélico”. Ela também deve divulgar no meio de tudo algumas colaborações com outros artistas.
Falando em outros artistas, Clara também é artista visual e faz as capas de todos os seus trabalhos, trazendo uma interessante união do trabalho visual com suas músicas, algo típico da sua geração.
Quanto está a passagem para BH, hein?