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* Na semana passada, a Popload iniciou esta nova sessão, que tem a missão de destacar na semana um ou mais shows que vimos no período, achamos legal e que despertou uma vontade especial de escrever sobre. Depois do “garoto sueco” Bona, chegou a vez de falarmos do Grand Bazaar, em texto assinado mais uma vez pela colaboradora Lina Andreosi, que assistiu ao show do grupo no Jazz Nos Fundos. E, claro, curtiu.
Na última noite de sábado, 45 mil pessoas se reuniram no Allianz Park para dançar e cantar em uma noite nostálgica com a dupla Sandy & Junior… Quem foi ver a dupla perdeu uma noite tão histórica quanto e, ouso dizer, mais bem executada.
Grand Bazaar é uma banda paulistana que já tem sua história na Cena. Atuando como banda desde 2013 e com três álbuns lançados, eles vem fazendo apresentações do seu mais recente álbum, Glória, que fará um ano agora no começo de setembro. Seu som dançante é 80% instrumental, e pode ser definido como uma mescla um tanto inusitada de influências de música cigana, balcânica, mediterrânea, brasileira, pop e rock.
Com uma mescla de músicas autorais e algumas releituras como o clássico “Pagode Russo”, de Luiz Gonzaga e “Tunak Tunak Tun” do cantor de pop indiano Daler Mehndi; a banda Grand Bazaar promete sempre uma noite divertida, de muita comemoração e dança. Contudo o que aconteceu no último sábado foi uma experiência ainda mais excepcional.
Para quem acompanha a cena, os membros da banda já são conhecidos por seus outros projetos. Especialmente o baterista, Gabriel Basile, e o baixista, Guilherme d’Almeida que juntos são ⅔ d’O Terno, banda paulistana que lançou esse ano seu quarto álbum,
Na noite de sábado, quando Grand Bazaar subiu ao palco do Jazz Nos Fundos, ainda pode se dizer que ⅔ d’O Terno estavam presentes, mas no lugar de Gabriel Basile, sentou-se atrás da bateria, Tim Bernardes.
Mais acostumado a liderar a atenção do público em um palco como vocalista d’O Terno ou em sua carreira solo, Tim Bernardes, já demonstrou inúmeras vezes suas habilidades com uma guitarra ou um piano, mas no palco com Grand Bazaar, Tim colocou sua destreza na bateria em teste.
E que teste! Apesar da sua capacidade de tocar bateria não ser um segredo, –Tim gravou a bateria de todas as faixas de seu álbum solo, Recomeçar — os ritmos rápidos e complicados das canções tocadas pelo Grand Bazaar são um desafio para qualquer baterista e estão bem longe das canções calmas do Recomeçar e até mesmo das mais agitadas d’O Terno.
A tensão de Tim era evidente, não tem muito como se esconder quando se tem 1,90m e está num palco baixo e próximo do público como é o da casa, mas bastava uma troca de olhares com os demais membros da banda que essa tensão dava espaço para um sorriso. Entre instruções de Guilherme — que está ao seu lado nos palcos há 18 anos — como “Agora é ‘psish, psish, psish’”, e o bom humor natural das apresentações da banda, o show não deixou nada a desejar.
O objetivo da noite foi fazer o melhor show possível levando em consideração a ausência de Biel, um baterista de capacidade exímia e que conhece intimamente o material, e foi um excelente show. Uma noite animada e de dança do início ao fim, que foi produto essencialmente da habilidade e amizade da banda. Há uma sincronia única entre os membros que levam as apresentações com uma leveza alegre que provoca o público a deixar para lá suas inibições e se jogar nos ritmos pulsantes da música.
Além da presença de Tim, houve uma participação especial de um dos membros fundadores do Grand Bazaar, Juliano Abramovay, que acabou de voltar para o Brasil após temporada na Europa e se apresentou mais cedo na noite com seu quarteto de música erudita, Amazonon. Foi uma festa completa.
Grand Bazaar é André Vac nas cordas, Pedro Guimarães na sanfona e teclado, Filipe Nader no sax alto, João Batista Brito no sax tenor, Guilherme d’Almeida no baixo, e Gabriel Basile na bateria e percussão.
Eles tocam novamente no dia 31/08, na Casa de Francisca, no almoço e a noite.
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