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* A Popload lança hoje o vídeo novo do Pedro Bonifrate, homem-banda carioca que lidera a psicodelia floral do Supercordas e tem um distinto trabalho solo quando tira o Pedro da frente e fica mais, digamos, urbano, musicalmente falando, embora ainda fale de “plantas inimigas” em letra. Em 2013 Bonifrate lançou o destacável “Museu de Arte Moderna”, disco que ganhou novo lançamento feliz por causa da versão vinil. Boa hora para corrigir o “erro” de não ter trabalhado logo essa bela “Revoluções”, em vídeo que seja, pois é uma das muitas boas canções do álbum solo. Mas daí que “Revoluções” chegou em vídeo então, montado pelo próprio cantor a partir de imagens velhas de internet. Não da velha internet, veja bem. O próprio Bonifrate explica tudo para nós, ali embaixo.
Ele, claro, cooptado pelo selo Balaclava, que anda fazendo só coisas boas para a movimentação indie nacional tanto pelos artistas que escolhe para lançar quanto pelos eventos que escolhe produzir. Molecada viva.
O bacaníssimo vinil do “Museu de Arte Moderna” traz a estampa da Balaclava na capa. O disco pode ainda ter download gratuito no site do Pedro himself.
E o novo vídeo velho é este aqui:
Bonifrate : Revoluções from Bonifrate on Vimeo.
** Fala, Bonifrate:
“Revoluções” foi escrita em 2012 para o álbum que veio a se chamar Museu de Arte Moderna. No mesmo ano, antes do disco ser lançado, já estava sendo tocada com a banda – é uma das que melhor funcionam no palco, e tende a ser mais pesada e guitarrada ao vivo.
Os versos são desses que permitem leituras muito diversas. Pode-se estar falando de um flerte que não deu muito certo, ou interpretada como a fala de um intelectual marxista à classe operária (o que é, alegoricamente, bem parecido com um flerte que não deu certo), isso para ficar só no que me ocorre. As pessoas sempre levantam interpretações inusitadas das minhas canções, o que é muito maneiro.
É certo que ela ganhou uma nova perspectiva depois de junho de 2013, principalmente com um refrão que é uma espécie de arenga aos pequenos revolucionários que existem em nós. “Vem, vamos correr os riscos.”
Já era tempo de fazer um clipe para ela, potencial single que é, aproveitando que o LP foi lançado há pouco em vinil pela Balaclava Records. Então montei uma narrativa não muito linear, mas um bocado figurativa, a partir de imagens de arquivo catadas na internet. Priorizei filmagens de levantes populares ou revoluções comunistas do século XX, mas couberam também alguns trechos de filmes mudos obscuros, principalmente soviéticos. Isso e mais um pouco, tudo organizado de modo a trazer uma perspectiva sobre a tremenda confusão política-ideológica em que nos encontramos agora.”
** Foto deste post: Thalita Aguiar. Imagem da home: Daniel Moura.
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