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* Cinco anos depois de uma turnê financiada pelos fãs no Brasil e por uma passagem curta em países vizinhos no ano passado, a banda americana Beach Fossils, outro produto indie do Brooklyn nova-iorquino, voltou a tocar no país em show ultraesperado pelos seus não tantos mas bem entusiasmados fãs.
A apresentação aconteceu na Barra Funda, no Fabrique, no último sábado. O BF veio pelas mãos da Balaclava Records e um dia antes do festival do selo, uma espécie de esquenta do evento. Talvez por isso, o grupo formado na virada da década deu um banho de suor na pequena multidão que cantou, pulou e dançou do início ao fim da comemorada apresentação.
A noite começou cedo, com a abertura do trio Ombu, que apresentou algumas canções da sua curta discografia com um som mais baixo e contido, quase ambiente. Os entusiastas bem jovens do Beach Fossils já se aglomeravam em frente ao palco e guardavam seus lugares para receber o headliner da noite quando as meninas do Rakta entraram em cena para explodir alguns ouvidos pertencentes a outras bandas.
Outro show curto, porém veloz e intenso, quase como um soco no estômago para quem estava a pelo menos três ou quatro metros do palco, onde ainda se sentia a potência ensurdecedora dos graves do baixo, bateria e sintetizadores.
Com pouco mais de 10 minutos de atraso, os tão desejados Beach Fossils subiram ao palco da casa e abriram com o hit “Sugar”, faixa do seu mais recente disco, “Somersault”, do ano passado. Os primeiros riffs tocados garantiram que o que estava acontecendo era real: a espera havia acabado e uma das bandas mais pedidas à Balaclava realmente estava se apresentando no Brasil. Uma volta que trouxe fãs de todas as partes do país para acompanhar. Os muitos sotaques na platéia garantiam isso.
Após a abertura, trocando algumas palavras com o público e se mostrando extremamente simpáticos, animados com a noite, soltaram uma sequência que era um passeio por toda a sua discografia de nove anos de banda em pouco mais de 12 minutos: “Clash The Truth”, “Youth”, “This Year” e “Down The Line”. As quatro faixas completaram a primeira parte das 15 músicas tocadas antes do bis.
Com “Saint Ivy” eles mostraram um pouco da nova fase apresentada no último álbum, com mais melodias de piano e efeitos além das guitarras, algo que não foi prejudicado mesmo sem a vinda do tecladista de apoio, figura constante nos shows da turnê em outros países. Na formação daqui, Tommy Davidson, o segundo guitarrista, foi quem segurou todos os pianos e trilhas das novas canções.
Sob uma perspectiva de fã, deu vontade de chorar com essa passagem do pequeno porém querido Beach Fossils. Das músicas antigas, “Sleep Apnea” foi sem dúvida um dos pontos altos, seguida de “Careless”, do primeiro disco da banda, e também a clááássica deles, “Daydream”. Com a trinca eles saíram do palco e deixaram a platéia sem saber muito o que fazer, gritando e pedindo mais, inconformados pelo fim aparente.
Sob urros, eles voltaram com o hit “Generational Synthetic”, de um dos discos mais aclamados do grupo. Na sequência, os fãs foram se animando ainda mais, até que Dustin pediu três voluntários para o ajudarem na última canção. Subiram não só três, mas algumas dezenas de pessoas para cantar a música que encerrou a turnê dos Beach Fossils no país. Um cover de “Wonderwall” do Oasis. Kataplá!!!!
Com pouco mais de uma hora de show, a banda trouxe uma noite de transe para São Paulo, com casa cheia e um público totalmente enlouquecido, dançando do início ao fim e cantando todas as faixas tocadas pela banda. Foi um grande aquecimento para o festival e uma noite histórica para consolidar o selo como o principal representante de um cena de bandas que não chega nos grandes palcos, mas que movimenta fãs apaixonados.
Sim, eu sei. Você quer ver o vídeo do Oasis. Como não? Mas tem coisas antes para ver.
* As fotos usadas neste post são do grande e poploader Fabrício Vianna.
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