Bateu forte, ficou leve: saiu o novo e aguardado disco da Billie Eilish, um dos melhores do ano

Um dos álbuns mais esperados do ano, “Hit me Hard and Soft” já está entre nós. Terceiro disco cheio da estrela Billie Eilish, o projeto chega como o, talvez, mais despretensioso, minimalista e experimental da cantora até hoje, embora ela trate de forma direta muitos assuntos sérios, saindo do seu usual personagem e contando suas próprias histórias.

No final do ano passado, ela assumiu sua bissexualidade em algumas entrevistas e o tema é abordado no novo álbum, do jeitinho dela, especialmente na faixa “Lunch”, na qual Billie fala abertamente sobre ter se relacionado com mulheres.

Em entrevista recente para a Rolling Stone, a cantora contou que “Lunch” foi para ela uma espécie de epifania. “Essa música foi parte do que me ajudou a entender quem eu sou, e de como ser real. A escrevi um pouco antes mesmo de fazer qualquer coisa com uma mulher, e compus o restante depois”.

Temas como sexo, paixão, dores, pressões e rompimentos também são abordados ao longo das 10 faixas. Mas o que guia “Hit me Hard and Soft” é uma Billie mais leve, cantando sobre amor e explorando diversas camadas sonoras que destoam um bocado de seus dois também ótimos álbuns anteriores. Nada de superproduções e exageros nos arranjos, tudo na medida certa, refletindo a maturidade de uma menina que despontou para o mundo ainda adolescente e que hoje tem incríveis 21 anos.

O projeto tem tudo para furar a bolha já considerável de Billie, tanto que a crítica na gringa tem elogiado bastante o álbum. O renomado jornalista britânico Neil McCormick, por exemplo, comparou o novo trabalho da cantora com “Blue”, clássico disco lançado por Joni Mitchell, em 1971, em uma matéria para o The Telegraph.

“Eilish fez algo rico, estranho, inteligente, triste e sábio o suficiente para ser comparado a esse clássico, uma obra-prima sobre coração partido para sua geração e para a eternidade”, escreveu o Neil.

Coincidentemente ou não, a faixa que fecha “Hit me Hard and Soft” se chama… “Blue”.

Billie e seu inseparável irmão Finneas optaram por não lançar previamente nenhum single para divulgar o disco. A espera valeu a pena.

Bateu, Billie.