Cantora que foge um pouquinho à regra da geração de meninas que são estrelas do pop contemporâneo, Miley Cyrus andou flertando com o rock nos últimos anos, cantou com a Joan Jett, fez cover do Blondie e tudo mais. Agora, no entanto, ela se jogou de vez no nosso mundinho indie.
Seu novo álbum de estúdio, “Something Beautiful”, foi apresentado nesta segunda-feira com duas músicas que caberiam bem em algum projeto do Flaming Lips, com a St. Vincent no meio.
A primeira delas, “Prelude”, é toda guiada por uma eletronice pesada de sintetizadores e tem a cantora apenas recitando a letra. O lyric video traz Miley vestindo peças de alta-costura de Thierry Mugler, “desfiladas” em 1997.
A segunda faixa é a que dá título ao álbum e foi apresentada como o single de trabalho. Com referências e baladinhas de jazz no meio, a canção explode no refrão virando algo meio industrial, meio progressivo, meio heavy. Depois, a música desacelera e fica delícia de novo. Sacou a razão de citarmos o Flaming Lips?
Influenciado especialmente pelo Pink Floyd, o rock progressivo dos anos 70 e o pós-punk dos 80, “Something Beautiful” será também uma obra visual, com direção da cantora em parceria com Jacob Bixenman e Brendan Walter, e que vai incorporar peças de moda icônicas de designers como Thierry Mugler, Jean Paul Gaultier e Bob Mackie, criando uma estética rica e atemporal.
O disco em si sai em 30 de maio. Semanas depois, sairá o vídeo completo baseado no conceito de todas as 13 faixas “funcionando” juntas.
A própria Miley é uma das responsáveis pela produção, ao lado de Shawn Everett, multipremiado produtor e engenheiro de som canadense, vencedor de seis Grammy, e que tem no currículo trabalhos com The War on Drugs, Alabama Shakes, The Killers e Julian Casablancas. O que ajuda a explicar a sonoridade mais “próxima” do que curtimos.
Seja bem-vinda ao indie, Miley.