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Há exata uma semana o U2 causava sensação na música pop ao lançar seu novo disco, “Songs of Innocence”, no meio de um dos famosos eventos anuais da Apple, desses de apresentação de novos gadgets tipo iPhone, iPad e, neste ano, relógio (!).
Mais do que isso. O U2 fez polêmica porque “invadiu” o iTunes de todos os seres humanos do planeta (que têm iTunes, óbvio), na ordem de 500 milhões de pessoas. O disco estava lá, de graça, para quem quisesse ouvir. E também para que não quisesse. De acordo com dados de ontem, 15 de setembro, cerca de 33 milhões de downloads foram computados pela Apple. Mas teve quem reclamou e achou invasivo o fato de o álbum aparecer automaticamente na playlist, fato que fez a empresa criar e divulgar tutoriais de como deletar o disco.
Em outro caminho, dá para reparar que “Songs of Innocence”, o álbum, pode não ser bem o primeiro da banda em cinco anos, como o próprio Bono andou dizendo em entrevistas. Como o próprio Bono falou no evento da Apple, não é verdade que eles não fizeram nenhum disco de 2009 pra cá: “Nós fizemos vários discos, só não lançamos nenhum”. Prova disso é que, em 2010, pipocaram diversas músicas novas nos shows do U2, com as quais estavam experimentando na época. Elas deveriam entrar num disco chamado “Songs of Ascent”, que, óbvio, não existe mais. Quem fez o “alerta” foi o Poploader Fernando Scoczynski. E a Popload procurou um fã da banda, o expert em U2 Jorge Takeda, para elucidar melhor o destino de cada uma.
Curiosamente, boa parte dessas músicas apareceram algumas vezes nos setlists de 2010/2011 (outras até antes), e depois desapareceram, para sempre. Algumas estão de certa forma presentes em “Songs of Innocence”. Será que as outras esquecidas aparecem no tal novo novo disco que Bono mencionou, chamado “Songs of Experience”, que sabe Deus quando aparece? De qualquer forma, as músicas sumidas e/ou reaproveitadas são:
* North Star
Música que surgiu na gravação do “How To Dismantle an Atomic Bomb”. É uma das mais legais a serem tocadas em 2010, com uma participação surpreendente da plateia, considerando que é música nova. Apareceu em quinze shows, incluindo São Paulo, em 2011.
Chegou a ser produzida por RedOne e tocada no terceiro filme da franquia Transformers, embora não esteja na trilha oficial.
* Mercy
Outra que era pra ser do How To Dismantle an Atomic Bomb, e teve uma versão de estúdio vazada anos atrás. Em 2010, ressurgiu num formato mais curto, e uma versão ao vivo apareceu no EP “Wide Awake In Europe”, lançado no Record Store Day de 2010. Foi tocada em dez shows.
* Return of the Stingray Guitar
Uma instrumental esquisita que abriu uns trinta shows do U2, entre 2010 e 2011. Supostamente, haveria uma versão de estúdio em algum ponto, mas até agora nada.
* Glastonbury
A banda compôs esta especificamente para tocar no festival de mesmo nome – antes de Bono ter um sério problema nas costas que cancelou o show, em 2010. Um ano depois, foram os headliners do evento, mas a música já estava “aposentada”. Rolou em sete shows, em agosto de 2010.
“Glastonbury” acabou se transformando em “Volcano”. Na versão abaixo fica mais óbvio: o verso cantando por Bono a partir dos 3:03 originou o coral que aparece na faixa do novo disco e a parte final lembra bastante o “You are Rock n’ Roll – You and I are Rock n’ Roll” que hoje conhecemos.
* Every Breaking Wave
Era pra ser o primeiro single do disco “Songs of Ascent”. Uma versão bem básica apareceu em três shows, e desapareceu. Agora ela aparece toda retrabalhada em “Songs of Innocence”, faixa 2.
* Invisible
Single lançado para a marca Product RED, que faz caridade para ajudar a eliminar a AIDS na África. Apareceu no começo de 2014, ganhou clipe, e sumiu.
* Ordinary Love
Faixa que foi parar na trilha sonora do filme Mandela: Long Walk to Freedom. Concorreu ao Oscar, teve umas performances acústicas legais, mas também não foi mais mencionada.
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