A estreia do Temples no Brasil: o show “weird”, a música nova e uma entrevista exclusiva

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Um dos principais nomes deste novo-novo-indie psicodélico, o grupo inglês Temples fez sua estreia em terras brasileiras neste fim de semana. No sábado, a banda adorada pelo Johnny Marr e pelo Noel Gallagher fez um show meio que aos trancos e barrancos no Estúdio, em Pinheiros. Ao menos é o consenso entre as pessoas que ouvimos e viram o show in loco ou pela TV.

Na estrada divulgando o ótimo álbum “Sun Structures”, do ano passado, o quarteto com cara de Rolling Stones 1966 misturado com T-Rex enfrentou na primeira parte do show problemas técnicos que acabaram meio que tirando a concentração do vocalista e guitarrista James Edward Bagshaw. A apresentação pegou no tranco do meio pra frente graças às boas canções que o grupo já tem em pouco tempo de vida e no fim das contas o show entrou nos eixos.

Sobrou tempo para os ingleses estrearem uma nova música, “Henry’s Cake”. O Temples trabalha em um novo álbum, conforme confirmou à Popload o baixista Thomas Walmsley, em papo reproduzido no fim deste post.

Primeiro, alguns vídeos do show em São Paulo. As fotos são de Rafael Andres/Discophenia.

* Antes do show, o baixista Thomas Walmsley bateu um papo com a poploader Isadora Almeida e falou sobre como foi sair de Kettering, cidade que fica a 130 km de Londres e não tem nem 50 mil habitantes, e também do aguardado sucessor de “Sun Structures”.

Popload: Como foi crescer em uma cidade pequena?
Thomas Walmsley: 
Não acho que seja diferente de qualquer outro lugar, na verdade, levando em consideração que a sua cidade pequena seja perto de uma cidade grande. Kettering é, mas não remete a uma cidade em particular. Fica lá, no meio da Inglaterra, na dela. É um lugar calmo e antigo e meio que tem uma identidade própria. Mas, no fundo, não é diferente de crescer em um outro lugar. Você só tinha que explorar um pouco mais para achar coisas que te interessavam.

P: Tem uma cena musical nessa cidade?
TW: Teve uma época que sim e era incrível crescer no meio dela. Mas ela meio que desapareceu quando todo mundo da nossa idade saiu de lá para explorar o mundo. Fizemos a mesma coisa, mas a gente sempre acabava voltando para Kettering. É um porto seguro. Ainda há umas bandas aparecendo, no entanto. Espero que um dia ela volte a ser tão musical como era antigamente.

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P: O que podemos esperar do próximo álbum?

TW:
Sun Structures foi todo planejado, passo a passo. A gente realmente queria um álbum definitivo para se tocar do começo ao fim, com um tema em comum, e acho que atingimos este objetivo. Mas, para o nosso próximo disco, queremos fazer um processo diferente para atingir outros objetivos. Depois de tocar muito ao vivo, aprendemos a desenvolver nossas ideias de outra maneira. Estamos gravando o tempo todo este ano e estamos bem empolgados para ver como vai ficar.

P: Tem algum músico ou alguma banda com quem vocês gostariam de tocar ou fazer uma colaboração?
TW:

Ainda estamos na fase de sermos autossuficientes. Nunca iremos ignorar a oportunidade de trabalhar com alguém, mas nosso modo de escrever música é tão único, que teria que ser uma situação perfeita para entregar esse controle nas mãos de alguém.

P: Vocês conhece alguma banda brasileira ou sabem algo sobre nossa música?
TW:
Os Mutantes foram uma banda essencial para se ouvir quando a gente era mais novo. Assim Assado também. O Brasil ainda tem muitas bandas que a gente precisa descobrir, é pop music sempre com uma sonoridade ousada, aventureira.

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