Na última sexta, 21, outro disco – que quebrou o recorde de lançamento mais ouvido em um único dia no Spotify – veio à tona, enquanto muitos poploaders ouviam o novo do Arctic Monkeys. O álbum batedor de recordes em questão é (claro) “Midnights”, da Taylor Swift.
“Midnights” é um trabalho produzido inteiramente por Jack Antonoff, que já acompanha Swift (e Lorde, e Lana del Rey, e St. Vincent, e Clairo…) há alguns anos. A edição “deluxe”, apelidada de “3 Am”, inclui sete novas faixas e repete a parceria Swift-Aaron Dessner (The National), que funcionou superbem nos discos “Folklore”/”Evermore” da loirinha. Ainda assim, o álbum repleto de sintetizadores e efeitos vocais passou longe de ser uma unanimidade.
Em “Midnights”, você encontra uma cantora-compositora lutando com ego, vingança, insegurança e algumas questões nem tão acessíveis – como o medo de ter parentes babacas lutando pela herança milionária que Swift deixará (“Anti-Hero”, primeiro single).
O disco tem faixas fortes como “Labyrinth”, em uma atmosfera synthpop que esbarra no sombrio (à la “Melodrama”), mas as contrapõe com outras mais fracas, naqueles versos Swiftianos gigantescos-e-numa-nota-só.
Talvez o problema de “Midnights” seja que ele não promete tanto como a dobradinha alternativa dos discos anteriores e, em contrapartida, não tem hits claros como suas obras mais pop, feito “1989”.
Mas a questão com Taylor Swift é que, goste você ou não, qualquer álbum é um marco histórico-musical, com easter eggs e obsessões mundiais. Hoje, as 13 músicas do disco ocupam as 13 primeiras posições do Top Global (13 é um número da sorte mesmo, Taylor). E tudo isso antes de a artista lançar o álbum visual que acompanhará as músicas.
Então, se não dá pra fugir de Swift, talvez você deva ouvir mesmo só para ter uma opinião.
Ou esperar a onda passar. Pode ser que demore.