* Rico Dalasam no topo de novo. Agora com seu miniálbum ao vivo, a gente se certificou de que estávamos certos em dar novo destaque para músicas que já tivemos uma megaatenção no ano passado. Renovadas ao vivo com o canto da plateia (lembre-se de que estamos falando de um álbum que saiu na pandemia), “DDGA” tem sua força e sentidos multiplicados pela multidão. Primeiro lugar sem mais conversa em uma semana que ainda tem o retorno da Karol Conká aos álbuns, mais um aquecimento da Saskia em direção ao seu novo disco e um início da nossa pesquisa sobre a música do Piauí a partir de uma playlist muito especial que encontramos. Chega junto que a música brasileira não para de soltar as brabas.
1 – Rico Dalasam – “Expresso Sudamericah (Ao Vivo no Encontro DDGA)” (Estreia)
“Foda, né”, alguém da plateia comenta em um intervalo entre os versos. Essa cena conta um pouco do clima intimista que está presente no EP ao vivo “Encontro DDGA”, registro de uma apresentação de Rico Dalasam em São Paulo. No disco todo a plateia canta tão alto quanto Rico em parte do repertório de seu disco mais recente “Dolores Dala Guardião do Alívio”. A mensagem está nessa recepção do público. É mais forte que um hit, sem dúvida. Outra conexão. Muito interessante que o disco seja tão curtinho… Sabe aqueles ao vivo antigos quando duas horas não cabiam em um LP?
2 – Karol Conká – “Fuzuê” (Estreia)
Massa ver que após o barulho do BBB e todas as tretas que rolaram por lá a música de Karol volte a falar mais alto. Ela manda bem demais para ser menos conhecida pela música do que por um programa de TV chato a beça. Ela voltou. Deixa a música falar.
3 – Saskia – “Quartas de Final aos 45 do Segundo Tempo” (Estreia)
A Saskia escreveu no seu Instagram: “Esta musica é sobre o amor e o fim/ É sobre estar impedida no campo e ter que voltar para reverter o placar”. No Bandcamp, abriu mais ainda o jogo: “O amor acaba quando o arbitro apita? Rolou um empate e ninguém decidiu nada nos pênaltis. Todos somos campeões e perdedores de corações”. Falar em metáforas futebolísticas é ganhar uns pontos com a gente, sem dúvida. Estamos ansiosos pelo disco dela que chega logo mais pela Balaclava, ainda que o jogo já esteve ganho, sem dúvidas.
4 – Florais da Terra Quente – “Suco de Umbu” (com Chapéu de Palha) (Estreia)
5 – Narcoliricista – “Bem Pertin” (Estreia)
Coisas que acontecem no Spotify. Semana passada a gente deu o quinto lugar para o Valciãn Calixto (número 9) e foi dar uma fuçada em outras playlists que tinham relacionamento com ele. Caímos em uma montada por Noé Filho, só com músicas do Piauí. É uma seleção com nove horas de bandas e artistas incríveis, vários com lançamentos recentes, tudo muito interessante. A gente resolveu trazer estes dois sons só para começar esse ensaio de um mergulho mais profundo na música do Piauí. Procure saber, viu?
6 – Marina Sena – “Temporal” (Estreia)
No Lollapalooza, a Marina Sena deu um papo de que ama “Temporal”, mas tem poucas chances de apresentar ela por aí porque é uma das músicas menos conhecidas de “De Primeira”, sua estreia solo. Bom, a gente vai tentar dar uma força, tá? Vem hit.
7 – LAZÚLI – “Pomba Gira” (1)
Ju Strassacapa, uma das integrantes do Francisco, El Hombre, adotou um novo nome para sua experiência solo, que casa com seu processo de encontro de um novo nome artístico não binário. A mudança também é sonora, a brisa aqui é bem outra da que Ju despenha na banda, ainda que não tão distante a ponto de causar estranhamento aos fãs. No belo álbum de estreia, “Da Lua”, a música de LAZÚLI cumpre um papel de cura que tem a ver com o processo que inspirou Ju em sua criação. Escute o álbum completo, mas se tiver com presa, escuta também “Me Aconteci”.
8 – Maglore – “A Vida É uma Aventura” (2)
Dá para dizer que os baianos da Maglore encerram um ciclo em quando em 2019 lançaram um álbum ao vivo após quatro de estúdio. Veio a pandemia, alguns singles, teve também o disco solo do vocalista Teago Olivera e agora a banda ensaia o início de uma nova fase, que pelo visto vai investigar muitas das possibilidades dentro da música brasileiras, experimentando como elementos que estão fora do arranjo instrumental básico de uma banda de rock, como esse single já entrega ao remeter muito a coisas dos anos 70.
9 – Valciãn Calixto – “Aquele Frejo” (5)
O incrível músico romântico e macumbeiro piauiense vai lançar em agosto seu novo álbum, que está sendo produzido em Minas Gerais, dada as conexões ricas que se dá na música brasileira atual. Nessas, para preparar nossos corações, Valciãn remexe seu caldeirão de saborosas influências para trazer agora este single de um reggae quase-brega, sempre-gingado, boa para tocar nas rádios que prestem e se prestem à urgência da música nova da CENA. “Aquele Frejo” fala de um relacionamento que nunca existiu, mas deixou marcas. “Eu acho ótimo esse termo e me remete a algo da infância. As mães e as tias da gente quando reclamavam, sempre falavam alguma coisa como: ‘Parem com esse fole, deixem de frejo aí, se não vão tudin apanhar’”, segundo o cantor. “Aquela confusão” seria uma das traduções, mas com o maravilhoso molho nordestino.
10 – Helo Cleaver – “Café com Leite” (4)
Olha a Helo aí. A gente que conhece (e você também, imagino) conhece ela desde sua participação no podcast Vamos Falar Sobre Música e do período que tocou na banda da BRVNKS, fora todo seu rolê no mundo da música independente, fica muito feliz em ver ela assumindo essa posição de colocar para jogo as suas próprias músicas, seu rolê que ela conta que ficou por muito tempo só em rascunhos, culpa da “Priguis”, que dá título ao EP. Ainda bem que ela reagiu e colocou esses sons na rua. Tudo super bonito, a gente merecia escutar.
11 – Messias – “Avenida Contorno” (3)
12 – Labaq – “Dóidóidói” (6)
13 – Pabllo Vittar e Rina Sawayama – “Follow Me” (7)
14 – Jota.pê – “Preta Rainha” com Kabé Pinheiro e Marcelo Mariano (8a)
15 – Dududa – “Vou Seu” (9)
16 – Luneta Mágica – “Além das Fronteiras” (10)
17 – Vanguart – “Amor” (21)
18 – HENRI – “Coração de Plástico” (13)
19 – Agnes Nunes – “Não Quero – A COLORS SHOW” (14)
20 – Diogo Strausz – “Deixa a Gira Girar” (15)
21 – Zudizilla – “Oya” (16)
22 – Terno Rei – “Aviões” (17)
23 – Coruja BC1 – “Auxílio Emergencial do Rap” (19)
24 – Duda Beat – “Dar uma Deitchada” (20)
25 – Larissa Luz – “Brinco Só” (21)
26 – Monna Brutal – “Hashtag (com Mu540)” (22)
27 – Afrocidade – “Toma” (23)
28 – B.art – “Mamba Negra” (com Zilladxg) (24)
29 – Urias – “Foi Mal” (25)
30 – Wado – “Aquele Frevo Axé (com Patrícia Marx)” (26)
31 – Gab Ferreira – “faking it” (27)
32 – Luedji Luna – “Banho de Folhas” (Raze Mix) (28)
33 – Febem – “Champions” (29)
34 – Jambu – “Sem Rumo” (30)
35 – Otto – “Peraí Seu Moço” (31)
36 – Ava Rocha – “Papais Panacas” (com Iara Rennó e Saskia) (32)
37 – Bruno Morais – “Onironauta” (33)
38 – Black Alien – “Pique Peaky Blinders” (34)
39 – Supervão – “Primeiro Date” (35)
40 – Julia Mestre – “Meu Paraíso” (com Lux & Tróia) (36)
41 – FBC – “Se Tá Solteira Breaking Beattz remix” (com Mac Júlia) (37)
42 – Bala Desejo – “Lambe Lambe” (38)
43 – brvnks – “holy motors” (39)
44 – China – “Carnaval Infinito” (40)
45 – Walfredo em Busca da Simbiose – “Traumas de Estimação” (41)
46 – Mc Hariel – “Pirâmide Social” (42)
47 – Gloria Groove – “BONEKINHA” (43)
48 – Do Amor – “A Morte do Amor” (44)
49 – Francisco, el Hombre e Sebastianismos – “Um Dia por Vez” (45)
50 – Gabriel Ventura – “O Teste” (46)
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* Entre parênteses está a colocação da música na semana anterior. Ou aviso de nova entrada no Top 50.
** Na vinheta do Top 50, o rapper Rico Dalasam.
*** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.
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