POPNOTAS, 5 de janeiro – O papo reto do Chico César, Pitchfork dá notão para o Playboi Carti e o Grammy indie foi adiado. E “Creep”

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* Vamos às notícias mais relevantes do dia.

“Todas as minhas canções são de cunho político-ideológico. Não me peça um absurdo desse, não me peça para silenciar, não me peça pra morrer calado. Não é por ‘eles’. É por mim, meu espírito pede isso. E está no comando. Respeite, ou saia. Não veja, não escute. Não tente controlar o vento. Não pense que a fúria da luta contra as opressões pode ser controlada. Eu sou parte dessa fúria. Não sou seu entretenimento, sou o fio da espada da história feito música no pescoço dos fascistas. E dos neutros. Não conte comigo para niná-lo. Não vim botar você pra dormir, aqui estou para acordar os dormentes.”

– As palavras aí de cima são do músico Chico César em resposta a um fã que pediu que ele seguisse com suas canções sem abordar questões políticas. Não é nem que o fã estava reclamando, foi só uma sugestão. Mas pra quê? A resposta de Chico, que já trocou uma ideia incrível com a gente em nossas lives, é uma aula sobre a força da arte e sua função real no mundo. No Twitter, alguém lembrou a letra do Belchior: “Não me peça que eu lhe faça uma canção como se deve/ Correta, branca, suave, muito limpa, muito leve/ Sons, palavras são navalhas/ E eu não posso cantar como convém/ Sem querer ferir ninguém”. É isso mesmo. O Twitter caiu hoje por causa do “caso Chico”.

– Sucesso popular e de crítica: Comentamos ontem que o rapper Playboi Carti assumiu a liderança da lista de álbuns mais vendidos da Billboard. Agora ele levou um belo 8.3 da indie Pitchfork, enquanto a “Rolling Stone” deu quatro estrelas para “Whole Lotta Red”, o disco.

Sem celular: Flea deu uma bela entrevista sobre a vida, no jornal inglês “The Guardian”. Em uma reflexão sobre drogas, afirma que sua geração passou do ponto, mas que não esquenta com o que a atual anda aprontando. Sua preocupação maior é que computadores e celulares tenham eliminado nossa capacidade de viver no presente. Interessante. Acho que concordamos. Talvez. Sabe-se lá. Nesse papo, ele, conversando sobre seu livro de memórias lançado no ano passado, ainda contou que quem deu umas dicas sobre escrita para ele foi uma certa Patti Smith. “Acid for the Children” saiu no Brasil, inclusive.

– No limbo entre o Natal e Ano Novo, bate aquele tédio misturado ao empanturramento de comida. Não foi diferente para os Bacon Brothers, banda do ator Kevin Bacon, que atendeu a um chamado da natureza. Não aquele que você está pensando. No caso, dos seus cabritinhos. Segundo Bacon, os bichinhos pediram para ele tocar “Creep”, do Radiohead, mesmo ele não achando uma música muito apropriadamente alegre para a data. Em video postado por ele mesmo em suas redes sociais, o ator/cantor aparece bem à vontade, enquanto seus amiguinhos mastigam parte de sua roupa. Adorável.

– Grammy adiado: Não rola mais em janeiro a edição do prêmio americano que podia aumentar as glôrias de alguns dos nosso indies favoritos. Fontaines DC e Fiona Apple estavam na parada. A questão do adiamento, adivinha, é a Covid-19, que está firme e forte na Califórnia. A informação quente veio da “Rolling Stone” a partir de diversas fontes. Não é oficial ainda. Provavelmente a solução vai adiar o evento para março, de acordo com a revista.

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