O Grammy e suas peculiaridades 2020/2021: uma “análise” sincera

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* O Grammy é e sempre foi aquela premiação da indústria para a indústria, no caso a americana, que sempre olhou para o próprio umbigo ($$$), em uma autobajulação necessária para movimentar o clubinho. Meio que pauta os artistas a caírem no seguinte ciclo vicioso. Se seu nome está concorrendo, parabéns. Sua gravadora ou seu agente fez os contatos certos. Se não, vamos mudar essa estrutura urgente.

Beleza, tudo certo.

A gente fala aqui sobre prêmios farofas do tipo Grammy, porque às vezes rolam umas performances especiais “diferentes”, um bafo qualquer, então está valendo.

Isso posto, tome este post. Tivemos o anúncio ontem do Grammy 2021, que vai acontecer em janeiro.

Nós e os americanos estamos passados que o cantor The Weeknd está fora de qualquer lista de concorrência, mesmo tendo lançado em 2020 seu mais poderoso disco, “After Hours”. A indignação foi registrada pelo próprio The Weeknd em seu Twitter: “Vocês me devem”.

Ao mesmo tempo, estamos de cara com a inclusão do Fontaines D.C., pós-punk poesia da Irlanda, nossos queridos. A banda pode levar o prêmio de melhor disco de rock do ano. Categoria que ainda conta com os Strokes. Sim, quem criticou o disco por aí? Grammys, grammys. Michael Kiwanuka, Grace Potter e Sturgill Simpson também estão na briga. A barra está alta.

Nós e o Fontaines estamos de cara, parece.

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Outra surpresa boa acontece na categoria de Melhor Performance de Rock, criada em 2012 para unificar outras três premiações e que tem como base destacar as qualidades vocais ou instrumentais das gravações. Para o Grammy 2021, a categoria foi tomada pelas mulheres: Fiona Apple, Big Thief, Phoebe Bridgers, HAIM, Brittany Howard e Grace Potter concorrem. Sinal dos tempos. Vindo do Grammy a gente sabe que foi um pouco “calculado” o propósito feminino, mas pelas concorrentes não tem mesmo o que falar. Um salto e tanto em um categoria um historicamente machista até aqui. Brittany Howard levou um prêmio nessa categoria dentro do Alabama Shakes, mas, fora ela, só homens foram premiados. Em 2021, já sabemos que vai ser diferente.

E, para concluir esta “análise” do Grammy e seus escolhidos, vale muito ressaltar que este pode ser o ano da Fiona Apple na premiação, veja você. Ela que já levou um troféu no distante 1998 por “Criminal” repete o número de indicações daquele ano – três. Além de concorrer em Performance, “Shameika” pode levar Melhor Canção de Rock enquanto o álbum “Fetche The Bolt Cutters” pode levar na categoria de melhor disco alternativo. Que acaba sendo um prêmio de consolação se rolar, porque o disco não estar na concorrendo na lista de melhor álbum geral é um grande vacilo, praticamente um crime. Ainda mais por uma artista deste porte e com um disco deste tamanho dentro exatamente da indústria musical americana.

Vamos esperar os resultados. Mais até. Vamos esperar os números musicais no Grammy 2021.

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