* Há um gatilho forte quando se ouve a voz de Vanessa Krongold de alguma forma, fato que deve ser identificado hoje por conta do lançamento de seu novo single, “À Queima-Roupa”, que vai puxar o lançamento de seu primeiro disco solo, “Singular”, em novembro, álbum cheio de participações de gente conhecida da CENA.
Vanessa foi a voz de duas bandas importantes na construção do indie brasileiro tal qual conhecemos hoje, a Maybees e a Ludov, em uma época, para quem acompanhava, que misturava a atmosfera do novo rock americano, iniciava um relacionamento da noite paulistana para o indie brazuca, produzia material local para a MTV BR, era presença boa no início da era dos festivais “alternativos” do país e por aí vai.
Tem quase 20 anos que o som do vocal de Vanessa de alguma forma, em momentos que variam de intensidade presencial, com a história da nossa CENA. Tem quase cinco anos que ela ensaia essa chegada solo com um disco seu, apoiada por seu nome somente.
Porque Vanessa Krongold é assim, sua voz é assim. Acalenta e vai na contramão do imediatismo dos tempos atuais, muito refletido na música que consumimos e prevendo já uma pressa de retomar a vida quando tudo isso de pandemia passar, quando passar, como passar.
Isso tudo está embutido na formação do single de hoje e do álbum que vem, um ouvido atento vai poder perceber. Alguém que fez o texto de divulgação de “À Queima-Roupa” e por consequência de “Singular” foi feliz em descrever essa passagem bem real para o mundo oferecido por Vanessa e sua música e seu disco: “Esse trabalho é uma deliciosa curadoria que Vanessa fez de si mesma: seu gosto e sua personalidade se refletem em cada letra, em cada convidado envolvido, na busca por um som o mais orgânico possível. Metais que são metais, cordas que são cordas, percussão que é percussão; instrumentos de verdade para fazer música de verdade com gente de verdade”.
Dando nomes aos bois indies, em seu primeiro single ela está acompanhada pelo violino de Fernanda Kostchak, do Vanguart. O vídeo, este que você vê com exclusividade abaixo, tem direção de Tata Pierry, que assina trabalhos de Letrux, Bárbara Eugênia e Leela. O primeiro álbum tem, em todas as faixas, Emerson Martins, também produtor do álbum, Nando Freitas e Thadeu Meneghini (Vespas Mandarinas). Fora outras participações espalhadas pelas faixas, como a do percussionista Guga Machado em “Recomeço” e o baterista Sérgio Reze em “Menú del día”, para citar duas do disco.
O ambiente é esse, o caminho para não sair da loucura está dado. Seja embalado ou embalada pela voz reconfortante de Vanessa Krongold, primeiro com esta “À Queima-Roupa” de hoje. Logo mais, com “Singular”, o álbum, já em feliz rotação por aqui.
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