>>
* Entre as muitas coisas que estão fora de controle em 2020, a morte nos EUA do homem negro George Floyd pelo policial branco que ajoelhou em seu pescoço, lhe tirando o ar, não para de causar protestos, distúrbios, prisões nos EUA em larga escala, com forte repercussão mundial, desde que o crime aconteceu, na segunda-feira passada, dia 25.
O caso, que ocorreu em Minneapolis e foi o estopim de protestos pelo mundo todo, vai ter um forte capítulo nesta segunda, quando o policial branco, Derek Chauvin, que foi preso, aparecerá em corte para depoimento. E os protestos tendem a aumentar. Em Washington, o presidente americano Donald Trump chegou a ser levado a um bunker por causa dos tumultos. O famoso grupo de hackers ativistas Anonymous, há algum tempo sumido, ressurgiu derrubando o site da polícia de Minneapolis e prometendo mais ações virtuais.
O crime nos EUA reflete uma situação costumeira no Brasil, onde ainda tentamos nos recuperar das mortes de João Pedro, Ágatha Vitória, David Nascimento e mais uma lista interminável de pessoas (crianças!) que foram vítimas de brutalidade/racismo/intolerância só nos últimos meses. Sem contar as vítimas recentes no próprio EUA e no mundo.
E a indústria musical também vai se posicionar, em resposta à morte de Floyd.
O Spotify promete não funcionar. As grandes gravadoras decidiram passar a terça-feira sem nenhuma atividade musical. Bandas e artistas prometem barulho nas redes sociais em referência ao crime racial de Minneapolis, radialistas afirmam que não vão fazer seus programas amanhã. A Popload vai se juntar ao blackout.
A campanha e a hashtag já foram criadas ontem à noite: The Show Must Be Paused, @THESHOWMUSTBEPAUSED, uma alusão à famosa frase do entretenimento “O Show Deve Continuar”, agora aplicado a este ano desesperador no quesito “intolerância”.
Algumas das milhares manifestações do meio musical já são “ouvidas” desde que o policial usou seu joelho para matar Floyd, que já estava sob sua custódia.
A cantora megastar Rihanna protestou em seu Instagram e no Twitter. No Twitter disse “If intentional MURDER is the fit consequence for ‘drugs’ or ‘resisting arrest’… then what’s the fit consequence for MURDER???! #GeorgeFloyd #AhmaudArbery #BreonnaTaylor”, citando em hashtag inclusive Ahmaud Arbery, vítima de outro absurdo caso racial que aconteceu na Georgia em fevereiro, mas que as notícias sobre o começo da pandemia do coronavírus abafaram sua repercussão.
O roqueiro Liam Gallagher, ex-Oasis, amanheceu nesta segunda-feira aderindo à causa disparando dois tweets.
A rapper Little Simz, que veio a SP no último Popload Festival, em 2019, postou ontem uma performance sua cantando a música “Pressure”, que está no excelente “Grey Area”, seu álbum do ano passado.
“Have you ever seen what silence do? I don’t wanna see no violent troops. (…) But I don’t lose. I refuse”, diz Little Simz na letra da sua canção. “Take a walk in my shoes or any other young black person in this age. All we ever know is pain, all we ever know is rage.”
>>