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Se tem algo que está dividindo o mundo pop hoje, como alerta o título deste post, é “Jesus Is King”, o polêmico disco #9 da carreira do rapper tão polêmico quanto Kanye West.
Resumidamente tratado como o “álbum gospel” do Kanye, “Jesus Is King” marca uma espécie de renovação espiritual do rapper e tem gerado opiniões acaloradas para o bem e para o mal. E nunca é demais lembrar que o termo “gospel” na América tem um sentido mais profundo que o daqui, que vai além da pegada religiosa e imerge na vida da comunidade negra desde as priscas eras, que viam em Jesus e na igreja “canais” de última instância para recorrerem e criarem forças contra sua marginalização social.
A questão é que “Jesus Is King” tem sido objeto de diversas opiniões complexas. Donald Trump Jr., o filho do presidente que não liga para as minorias, elogiou o álbum ao dizer que Kanye está “decifrando o código da cultura e que é o epítome da criatividade sem medo”. Ao mesmo tempo, o filho de Trump atacou os esquerdistas, que “estão sempre tentando silenciar aqueles que dizer a verdade e travando uma guerra contra a nossa família e a cultura”.
A VICE americana fez uma matéria aprofundada sobre o propósito da obra com especialistas de diversas áreas e ouviu, por exemplo, o Dr. Jay-Paul Hinds, professor-assistente do Seminário Teológico de Princeton, que situou que, para se fazer qualquer coisa com os negros da América, ainda é preciso passar por uma igreja negra. “A temporada de eleições está se aquecendo novamente e você vai ver de novo políticos nas igrejas, porque esse ainda é o principal caminho para atingir a comunidade afro-americana”, destacou.
Antes mesmo do disco, Kanye tem feito shows que estão mais parecidos com seitas, com o nome Sunday Service, englobando discursos de fé, testemunhos, pregação, coral, hip hop e house music. As apresentações lembram cultos de igreja e têm sido acompanhadas por diversas celebridades, entre elas Katy Perry e Courtney Love. O público presente geralmente precisa assinar contrato de confidencialidade sobre o que presencia, também informa a VICE. O que acontece lá, fica lá, em linhas gerais.
Na parte musical, “Jesus Is King” reserva algumas peculiaridades. A principal delas é a presença improvável do músico Kenny G. O saxofonista cruzou o caminho do disco quando foi convidado pelo rapper para fazer uma surpresa romântica à sua esposa Kim Kardashian no Valentine’s Day, em meio a um monte de vidros de rosas na mansão do casal.
“Depois que fizemos a surpresa do Valentine’s Day, Kanye me convidou para ouvir suas músicas novas. Eu fui e ele começou a tocar Use This Gospel. Então pensei: deixa eu tocar meu sax para essa”, disse o Kenny G. Quando reparou, Kanye já estava colocando o bônus inusitado na faixa.
Outro ponto que tem gerado discussões sobre o projeto é o dinheiro que Kanye vem alavancando com a venda de produtos oficiais. No Coachella, onde apresentou o Sunday Service, um moletom com os dizeres “Holy Spirit” custava nada menos que $225. Pensa. Um moletom que a igrejinha do seu bairro vende na feirinha após a missa de domingo por quarentinha. Mas o “Holy Spirit” acabou se tornando mais um modelo de negócio para o rapper, atacam críticos.
O resumo da ópera é que, menos de uma semana entre nós, um disco baseado na Bíblia está dividindo o mundo pop. Há um racha inclusive dentro da Popload. Não sabemos ainda se “Jesus Is King” é uma obra-prima ou o disco mais oportunista dos últimos tempos.
E você, de que lado está?
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acho que faltou falar das músicas. são boas?
Para mim é uma obra prima, muito bem montado e prático (27 minutos). Agora o lado pessoal de Kanye não interessa muito.
Dews do céu!
kkkkkkkkkkkkk